Um experimento inédito com tambaquis revelou que a resistência a parasitas intestinais é geneticamente determinada. Essa descoberta tem potencial para auxiliar na seleção de animais mais resistentes à parasitose, contribuindo para a rentabilidade dos piscicultores. A pesquisa, publicada na revista Aquaculture, foi realizada em colaboração entre a Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, a Universidade Nilton Lins (Manaus, AM) e parceiros internacionais, com apoio da FAPESP e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Os pesquisadores analisaram a resistência e resiliência dos tambaquis à infecção pelo parasita Neoechinorhynchus buttnerae. Eles identificaram que certas linhagens de peixes eram mais resistentes ou resilientes à infecção, com evidências de um componente genético nessa característica. A acantocefalose causada por esse parasita não representa risco para humanos, mas é prejudicial para a produção de tambaquis, afetando o crescimento e o desempenho dos animais.
Em um experimento inovador, os pesquisadores observaram que os peixes geneticamente mais resistentes e resilientes tinham parentesco, indicando a transmissibilidade desses atributos. Isso abre caminho para a seleção genética de peixes mais aptos a lidar com a doença, visando melhorar o desempenho produtivo na aquicultura. Além disso, estão desenvolvendo uma ferramenta de seleção genômica baseada em marcadores de DNA que permitirá identificar a resistência e resiliência dos peixes com precisão.
Enquanto o plantel de tambaquis mais resistentes à acantocefalose está em desenvolvimento, é recomendado adotar medidas preventivas nas pisciculturas, como garantir uma fonte de água livre de acantocéfalos, adquirir peixes certificados como livres do parasita e manter a assepsia sanitária regularmente. Essas ações complementares podem auxiliar na prevenção da doença. A pesquisa completa pode ser acessada no link: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0044848623013078?via%3Dihub.
Com essas descobertas, os piscicultores poderão contar com uma ferramenta eficaz para selecionar e criar tambaquis mais resistentes à parasitose, contribuindo para o sucesso da produção desses peixes na região Norte.
Informações da Agência FAPESP