Webb flagra buraco negro supermassivo crescendo sem alimentação

Por Redação
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Astrônomos detectaram um buraco negro gigantesco nos primórdios do Universo utilizando o Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA. O monstro cósmico que reside no coração da galáxia J1120+0641 é notavelmente massivo, cerca de um bilhão de vezes mais do que o Sol.

O achado intrigante nessa descoberta é que, apesar de sua imensa magnitude, não parece que o buraco negro estivesse se alimentando intensamente de matéria ao seu redor naquela época, quando o Universo era jovem. Tipicamente, os buracos negros supermassivos crescem ao longo de bilhões de anos por meio de processos de fusão e alimentação. No entanto, encontrar um exemplar tão grande tão precocemente na história cósmica é desconcertante, uma vez que os processos normais de crescimento parecem não ser aplicáveis nesse caso.

O JWST, em operação desde 2022, tem sido eficaz na detecção desses buracos negros desafiadores durante os estágios iniciais do Universo. Ainda assim, as observações recentes levantam mais perguntas do que respostas. Surpreendentemente, não foi identificado nenhum mecanismo de alimentação significativamente eficiente ao redor do buraco negro supermassivo em questão.

Durante os 13,8 bilhões de anos de história do Universo, as galáxias cresceram absorvendo gás e poeira ao seu redor, contribuindo para a formação de buracos negros supermassivos no centro das galáxias, conhecidos como quasares quando estão em processo de alimentação ativa. Essa descoberta questiona teorias anteriores sobre o rápido crescimento desses monstros cósmicos nos estágios iniciais do Universo.

De acordo com Sarah Bosman, líder da equipe de pesquisa, os primeiros quasares parecem apresentar padrões surpreendentemente normais de funcionamento, independentemente do período em que são observados. O crescimento desses objetos é limitado por fatores físicos, como o “limite de Eddington”, que representa o ponto em que a pressão da radiação emitida pelo quasar impede seu próprio crescimento ao afastar a matéria circundante.

As observações detalhadas do JWST sobre o antigo quasar revelaram propriedades importantes sobre como a matéria é direcionada para alimentar o buraco negro. Isso sugere que o processo de alimentação pode não ter sido tão eficiente quanto se acreditava nos estágios iniciais do Universo.

Recentemente publicado na revista Nature Astronomy, o estudo oferece suporte a uma teoria alternativa de que os buracos negros supermassivos podem ter se formado a partir de “sementes” no início do Universo, em vez de crescerem rapidamente a partir de alimentação intensa. Essas descobertas desafiam conceitos convencionais sobre o crescimento dos buracos negros supermassivos e ressaltam a importância de estudar os quasares primitivos para uma compreensão aprimorada da evolução inicial do cosmos.

Em suma, a descoberta desse buraco negro supermassivo pelos astrônomos usando o JWST traz à tona questões fundamentais sobre o crescimento desses fenômenos cósmicos nos primórdios do Universo. As investigações em andamento certamente lançarão mais luz sobre os mistérios entrelaçados da formação e evolução do universo em que habitamos.

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