O Brasil, agora membro do restrito clube de países com fonte de luz síncrotron de quarta geração, está construindo o Orion, o primeiro laboratório de biossegurança de nível 4 (NB4) da América Latina, ao lado do Sirius. Até a pandemia de COVID-19, o país possuía poucos laboratórios de biossegurança de nível 3 (NB3), sendo que patógenos mais perigosos precisavam ser estudados no exterior. O Sirius foi um fator determinante para o CNPEM abrigar o primeiro NB4 das Américas que não será nos EUA ou Canadá.
Um dos desafios é abrigar as três fontes de luz do Orion em uma estrutura NB4, algo inédito no mundo. O CNPEM contou com consultoria internacional especializada para desenvolver essa solução inovadora. O objetivo é isolar completamente os patógenos num ambiente de máxima biossegurança.
O Orion representa um avanço significativo para o Brasil, permitindo estudos de patógenos de alta letalidade e a criação de vacinas e tratamentos nacionais. O laboratório é uma questão de soberania nacional e conta com investimento do governo federal para sua construção e operação. Além do espaço NB4, o Orion terá laboratórios nos níveis 1, 2 e 3.
Leia Também
O modelo de governança do Orion ainda está em discussão, mas já se sabe que exigirá pessoal altamente qualificado e treinamento rigoroso, que pode durar até 12 meses. A coordenadora dos treinamentos, Tatiana Ometto, tem experiência internacional em ambientes de biossegurança e é responsável por certificar profissionais para trabalhar no Orion.
O Programa de Treinamento & Capacitação em ambientes NB3 e NB4 do CNPEM já formou dezenas de profissionais desde 2022, garantindo a capacitação necessária para manter o Orion em pleno funcionamento. Com o Orion, o Brasil se destaca como referência em pesquisas de patógenos de alta letalidade e fortalece sua autonomia no desenvolvimento de vacinas e tratamentos.
Informações da Agência FAPESP