Os geólogos descobriram que os cristais mais antigos do mundo, encontrados em Jack Hills, na Austrália, são de fato reminiscências de rochas ainda mais antigas. Essa análise foi feita por meio da aplicação de inteligência artificial, o que pode fornecer informações valiosas sobre a história da Terra.
De acordo com os pesquisadores, aproximadamente um terço dessas rochas primitivas eram de origem sedimentar. Isso indica que há mais de quatro bilhões de anos, em uma era em que praticamente nenhum mineral sobrevivia, o nosso planeta tinha uma extensa crosta em contato direto com os elementos presentes acima do nível dos oceanos.
Os cientistas afirmam que os átomos da Terra ainda são os mesmos que existiam há mais de quatro bilhões de anos, porém passaram por diversas transformações ao longo desse período. Apesar disso, a falta de informações sobre as rochas dos primeiros estágios da Terra tem sido um desafio enfrentado pelos estudiosos para desvendar a história do nosso planeta.
Motivados por essa lacuna de conhecimento, os geólogos decidiram investigar os cristais mais antigos já encontrados. Esses materiais se formaram há até 4,4 bilhões de anos e foram posteriormente incorporados em rochas sedimentares que se erodiram ao longo do tempo.
A cristalização dos minerais provenientes do magma desse período perdido ocorreu principalmente nas rochas sedimentares. Enquanto as rochas ígneas podem se formar a partir do resfriamento do magma ou da lava existente na Terra primitiva, as sedimentares exigem um ciclo complexo de exposição à água e à atmosfera.
Ao usar tecnologia computacional para identificar as características dos materiais sedimentares presentes nos cristais, os cientistas puderam identificar a presença abundante de granito do tipo S em uma das amostras mais antigas. Esse tipo de granito se forma a partir da inclusão de sedimentos em magma.
Os cálculos indicam que os cristais datados de 4,24 bilhões de anos contêm hoje cerca de 35% de granito do tipo S. Além disso, foi observado que a proporção desse tipo de granito varia ao longo do tempo, de acordo com os ciclos de formação e colapso do supercontinente.
Essas descobertas reforçam a hipótese de que, nos primórdios da Terra, o planeta era coberto por extensas massas de água e possuía uma crosta continental bem formada. No entanto, apesar dos avanços alcançados por essa pesquisa, ainda há muito a desvendar sobre a origem da vida em nosso planeta.
O estudo que revela essas importantes descobertas foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences. Conclui-se que a análise dos cristais mais antigos do mundo proporciona insights valiosos sobre a Terra primitiva e ajuda a desvendar os mistérios do passado da nossa casa planetária.
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