Como o saneamento deficiente contribui para a propagação de plástico e microplástico na região amazônica

Por Redação
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Os plásticos e microplásticos já estão presentes em diversos ambientes e espécies na Amazônia, como em peixes e plantas aquáticas, e têm sido até mesmo usados por uma ave da floresta para construir seu ninho. Um dos principais fatores que têm contribuído para o bioma estar se tornando um potencial hotspot desses contaminantes é a falta de condições adequadas de saneamento básico em grande parte das cidades da região.

A falta de condições adequadas de saneamento encontradas na maior parte da Amazônia representa uma importante fonte de entrada de plásticos e microplásticos nos rios do bioma, que compõem o maior sistema fluvial do mundo. De acordo com dados apresentados pelos pesquisadores, 70% das cidades da Amazônia brasileira não possuem tratamento de água.

A avaliação foi realizada com base em dados sobre o percentual de áreas urbanas cobertas por coleta pública de esgoto, sistemas de drenagem de águas pluviais e de disposição de resíduos sólidos, obtidos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Os resultados indicaram que apenas 2,6% dos municípios avaliados apresentam condições adequadas de saneamento básico.

Os sistemas de disposição de resíduos sólidos foram classificados como o serviço urbano mais satisfatório, com disponibilidade média de 76% nas cidades avaliadas. No entanto, a coleta de águas residuais e o sistema de drenagem de águas fluviais foram considerados ruins na maioria das cidades amazônicas.

Outro aspecto preocupante é a quantidade de plástico lançado na Amazônia brasileira, estimado em 182 mil toneladas por ano, tornando-a a segunda bacia hidrográfica mais poluída do mundo. Além do plástico descartado pelas cidades da região, o bioma também recebe resíduos de países com rios a montante, como a Colômbia e o Peru.

Estudos apontam que a região metropolitana de Manaus e outras cidades da Amazônia sofrem com a falta de condições adequadas de saneamento, o que contribui para a contaminação por plásticos e microplásticos. Para mitigar esses impactos, são necessários mais estudos e investimentos em infraestrutura de pesquisa na região.

Informações da Agência FAPESP

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