Um estudo realizado com 92 mulheres idosas em situação de vulnerabilidade socioeconômica comparou a eficácia de diferentes programas de exercício comunitário de baixo custo na melhora e/ou manutenção de diversos parâmetros cardiovasculares e funcionais, como circunferência abdominal, pressão arterial e, principalmente, rigidez arterial – um fator de risco para a aterosclerose.
Os resultados, publicados no European Journal of Preventive Cardiology, apontam que a combinação de treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT, na sigla em inglês) com fortalecimento muscular foi a opção mais benéfica para a saúde. Esse tipo de treino, composto por sequências rápidas de exercícios intensos intercalados com períodos de descanso, é conhecido por proporcionar estímulos que trabalham o corpo inteiro em um tempo mínimo.
Além do HIIT, a pesquisa testou outros protocolos, como o fortalecimento muscular isolado ou associado a treinamento aeróbio moderado. Os programas foram realizados duas vezes por semana, ao longo de nove meses, em centros comunitários de Convivência do Idoso.
Entre os resultados, destacam-se a redução da circunferência abdominal, da pressão arterial sistólica e da rigidez arterial no grupo que praticou HIIT em conjunto com fortalecimento muscular. A melhoria da rigidez arterial, em particular, se manteve mesmo após a interrupção dos treinos, indicando um impacto duradouro na saúde cardiovascular das participantes.
Os pesquisadores acreditam que os achados do estudo, demonstrando os benefícios de um programa de exercícios acessível, podem contribuir significativamente para o bem-estar das mulheres idosas de baixa renda, um grupo vulnerável a doenças cardiovasculares. Além disso, os resultados podem subsidiar a formulação de políticas públicas voltadas para a prevenção e redução dessas enfermidades.
O artigo completo pode ser acessado em: https://academic.oup.com/eurjpc/advance-article-abstract/doi/10.1093/eurjpc/zwae200/7691592?redirectedFrom=fulltext.
Informações da Agência FAPESP