Finep apresenta diretrizes para apoio às startups deep techs brasileiras

Por Redação
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Para impulsionar o avanço das deep techs no Brasil, startups que buscam soluções avançadas para problemas complexos, como tratamentos de doenças e mudanças climáticas, é fundamental desenvolver incentivos específicos para essas empresas. Essa é a proposta apresentada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) em Brasília.

Um dos maiores desafios enfrentados pelas deep techs é a necessidade de investimentos de longo prazo e alto risco, com retorno em médio prazo. Por esse motivo, essas empresas demandam aportes financeiros maiores em suas fases iniciais em comparação com startups tecnológicas tradicionais. Fernando Peregrino, da Finep, destacou que as deep techs, por serem mais enxutas e possuírem grande capital intelectual, conseguem focar em questões que as grandes corporações não abordam.

Patricia Rozenchan, da Celluris, e Plinio Targa, da brain4care, duas empresas brasileiras de deep techs, endossaram as propostas da estratégia nacional. A Celluris desenvolve tratamentos personalizados contra câncer, enquanto a brain4care criou um sensor para monitorar a hipertensão intracraniana de forma não invasiva. Ambas empresas ressaltaram a importância de incentivos, como encomendas tecnológicas, e da incorporação das inovações pelo Estado.

A proposta da Finep destaca a concentração de iniciativas de deep tech no Brasil e na Argentina na América Latina e Caribe. Sugere ainda mapeamentos, simplificação de trâmites regulatórios, criação de mecanismos de apoio e destinação de recursos não reembolsáveis para essas startups. O documento ressalta também dados sobre o impacto positivo das deep techs nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Portugal serviu de inspiração para algumas medidas propostas, como o modelo de financiamento misto adotado com sucesso no país. Artur Pereira, do Web Summit, destacou a importância do apoio público e o sucesso do modelo português. As propostas devem integrar o Plano Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, baseado nas discussões da conferência.

A proposta de diretrizes estará disponível no site da Finep e foi lançado o livro “A Finep e a Neoindustrialização – Startups, Deep techs e seus ecossistemas – Uma contribuição à 5ª CNCTI”. Para mais informações, acesse: https://5cncti.org.br/.

Informações da Agência FAPESP

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