Há mais de 115 anos, um estranho mecanismo foi encontrado por exploradores na ilha grega de Anticítera. O complexo sistema, composto por 30 engrenagens, foi estudado durante anos e ganhou a fama de ser o computador mais antigo do mundo. Novas pesquisas publicadas em junho parecem indicar qual seria a função da máquina. Análises da composição das peças que formam a chamada Máquina de Anticítera já indicavam que ela teria sido montada em 60 a.C. O sistema de engrenagens indicava que os gregos usavam o mecanismo para realizar cálculos complexos, possivelmente para traçar o movimento de astros como a Lua e o Sol.
As pequenas inscrições encontradas e estudadas durante anos revelaram a presença de desenhos que lembram planetas. Mike Edmunds, professor de astrofísica da Universidade de Cardiff, no País de Gales, autor de um estudo ainda mais profundo, descobriu que os gregos também usavam o aparelho para prever a ocorrência de eclipses de determinadas cores. “Não sabemos bem como interpretar isso, mas pode remontar às insinuações de que a cor de um eclipse era uma espécie de presságio ou sinal. Certas cores podem ser melhores para o que está por vir do que outras”, explicou o pesquisador à agência de notícias Reuters. “Se for isso, e estivermos interpretando corretamente, esta é a primeira ocasião em que encontramos qualquer menção real de astrologia, em vez de astronomia, no mecanismo.”
Apesar disso, Edmunds diz que tudo o que se sabe a respeito da Máquina de Anticítera leva a crer que o computador foi mesmo feito para o propósito de realizar cálculos automáticos e medir o passar do tempo através do movimento dos astros. A ferramenta poderia ser usada não só para o estudo da astronomia, mas também como um calendário com a previsão da época ideal para a plantação e colheita. Em um extenso artigo publicado em 2013, os pesquisadores Tony Freeth e Alexander Jones, professores de História do Instituto Para o Estudo do Mundo Antigo, de Nova York, fizeram uma reconstrução virtual do que seria a máquina em sua construção completa.