Os Estados Unidos foram palco de um dos casos mais surrealistas da Segurança Pública recentemente. Conhecidos como “Kia Boyz”, os criminosos mexeram com duas das maiores montadoras de carros do mundo, Kia e Hyundai.
Tudo começou durante a pandemia de Covid-19, quando mascarados começaram a postar vídeos no TikTok ensinando como roubar veículos dessas marcas. O destaque era para a simplicidade dos roubos, executados por adolescentes que utilizavam até um simples cabo USB para burlar a segurança dos carros.
A chave para o sucesso desses criminosos era a ausência de imobilizadores eletrônicos em muitos modelos dessas montadoras fabricados entre 2015 e 2019. Enquanto a maioria dos veículos de outras marcas possuíam esse recurso de segurança, os carros da Kia e Hyundai estavam vulneráveis aos furtos.
Com centenas de veículos roubados e a pressão da opinião pública, as montadoras foram forçadas a assinar um acordo de US$ 200 milhões de dólares com os clientes. Além disso, foi necessário implementar uma atualização de software destinada a reforçar a segurança dos automóveis.
Os resultados da atualização foram positivos, com o número de ocorrências de roubo caindo drasticamente. Segundo o Highway Loss Data Institute (HLDI), as taxas de roubo caíram mais da metade após a implementação do novo software, que estendeu o tempo do alarme e limitou a partida apenas com a chave correta.
Apesar da melhoria, as taxas de roubo ainda estão altas em comparação com outras marcas, e a polícia continua registrando casos de vandalismo relacionados aos veículos da Kia e Hyundai. Isso mostra que os criminosos continuam tentando praticar seus atos, mesmo que se deparem com as novas medidas de segurança.
Essa situação trouxe prejuízos imensuráveis para a imagem das montadoras nos Estados Unidos. A fama conquistada pelos “Kia Boyz” persiste e, aliada às redes sociais, pode prejudicar as vendas das empresas no país por um bom tempo.
No entanto, no Brasil, esse desafio lançado no TikTok não teve a mesma repercussão. Os proprietários brasileiros dessas marcas não enfrentaram o mesmo problema que assolou os Estados Unidos. A lição que fica é a importância da segurança dos veículos e a constante necessidade de se atualizar os sistemas para garantir a proteção dos automóveis.