As cidades desempenham um papel central no combate às mudanças climáticas globais, visto que são grandes emissores de gases de efeito estufa e locais em que eventos climáticos extremos tendem a afetar mais pessoas. No entanto, os desafios da sustentabilidade urbana envolvem não apenas ciência, tecnologia e inovação, mas também a implementação de políticas eficazes.
Especialistas em sustentabilidade urbana destacaram durante um debate na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) a importância da transição para um modelo de desenvolvimento mais sustentável. Apesar de haver ferramentas e conhecimento para lidar com essas questões, os obstáculos políticos têm impedido avanços significativos.
Um dos pontos discutidos foi a necessidade de as grandes cidades oferecerem condições melhores de vida para seus habitantes, com deslocamentos rápidos e acesso a serviços essenciais de forma descentralizada. No entanto, a implementação de medidas efetivas tem esbarrado em questões políticas.
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O Instituto Cidades Sustentáveis desenvolveu o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR), que busca avaliar o desempenho das cidades brasileiras em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O Brasil é o único país a acompanhar a evolução de todas as suas cidades nesses indicadores, mas ainda enfrenta desafios significativos.
Um dos destaques do debate foi a necessidade de uma abordagem sistêmica no planejamento urbano, levando em consideração escalas menores, como bairros e lotes, e integrando políticas de diferentes setores, como saúde, educação e mobilidade. A falta de integração e de capacidade de implementação são apontadas como obstáculos para avançar em direção a cidades mais sustentáveis.
Os especialistas enfatizaram a importância de promover a interseccionalidade entre políticas de saúde e sustentabilidade, buscando cobenefícios e garantindo recursos e capacidade para a realização de ações efetivas. O lançamento do Guia de Infraestrutura Verde e Azul foi citado como uma iniciativa importante nesse sentido, seguindo a lógica do nexo água-energia-alimentos.
O debate contou com a participação de representantes do Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e da FAPESP, e pode ser assistido na íntegra no seguinte link: www.youtube.com/watch?v=3Jfx21ytXTg.
Informações da Agência FAPESP