Um estudo realizado por cientistas brasileiros e norte-americanos descobriu uma relação entre o aumento do tamanho do cérebro (macrocefalia) e a gravidade dos sintomas sociais e de comunicação em crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Os resultados foram publicados na revista Molecular Autism.
A análise envolveu imagens cerebrais de mais de 900 crianças com TEA, além de experimentos com minicérebros desenvolvidos em laboratório a partir de células sanguíneas de algumas das crianças voluntárias nos estudos anteriores. Foi observado que os minicérebros derivados de crianças com sintomas mais graves eram significativamente maiores.
Mirian Hayashi, professora do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) e uma das autoras do estudo, destacou a importância da relação entre macrocefalia e a severidade dos sintomas em crianças com TEA.
A pesquisa também revelou que a proteína Ndel1 desempenha um papel significativo no tamanho do cérebro em crianças com TEA, com alterações em sua atividade observadas nos casos de macrocefalia.
Os pesquisadores pretendem realizar novos estudos para identificar biomarcadores relacionados à gravidade do transtorno autista no sangue dos pacientes.
A pesquisa fornece novas perspectivas para o entendimento do TEA e foi publicada sob o título “Embryonic origin of two ASD subtypes of social symptom severity: the larger the brain cortical organoid size, the more severe the social symptoms”. O artigo completo pode ser acessado em: https://molecularautism.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13229-024-00602-8.
Informações da Agência FAPESP