Identificação de cepa resistente ao tratamento em paciente com leishmaniose cutânea

Por Redação
2 Min

Pesquisadores identificaram, pela primeira vez no Brasil, uma cepa do parasita Leishmania amazonensis resistente à anfotericina B em amostras de um paciente residente no Maranhão. A leishmaniose cutânea, que causa lesões na pele, pode persistir por meses, mas é curável. No entanto, o paciente em questão apresentava a forma difusa da doença, considerada rara e de difícil tratamento, especialmente devido à coinfecção com o vírus HIV.

O indivíduo era refratário aos tratamentos convencionais com medicamentos como o antimoniato de meglumina e a anfotericina B. Diante desse cenário, pesquisadores realizaram ensaios in vitro e in vivo para testar a sensibilidade da cepa isolada à anfotericina B, bem como aos medicamentos miltefosina e paromomicina, aos quais o paciente não havia sido exposto anteriormente.

Os resultados, publicados na revista PLOS Neglected Tropical Diseases, demonstraram a resistência da cepa à anfotericina B, sugerindo a necessidade urgente de buscar alternativas terapêuticas para a leishmaniose cutânea difusa no Brasil, dada a gravidade do problema de saúde pública que representa a falha no tratamento dessa doença.

A América Latina notificou mais de 1 milhão de casos de leishmaniose cutânea entre 2001 e 2021, com 37% dos casos ocorrendo no Brasil. Embora o país tenha registrado uma diminuição de 14,3% nos casos de 2017 a 2021, mais de 15 mil casos foram relatados em 2021, principalmente na região amazônica. Os principais fatores de risco associados à doença incluem sexo masculino, condições precárias de moradia e proximidade de áreas florestais, onde os flebotomíneos, responsáveis pela transmissão da leishmaniose, estão presentes.

Para acessar o artigo completo intitulado “Amphotericin B resistance in Leishmania amazonensis: In vitro and in vivo characterization of a Brazilian clinical isolate”, visite o link: https://journals.plos.org/plosntds/article?id=10.1371/journal.pntd.0012175.

Informações da Agência FAPESP

Compartilhe Isso