Atletas das Olimpíadas de Paris sofrem mais de 8 mil ataques virtuais

Por Redação
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Durante as Olimpíadas de Paris, a violência digital alcançou um novo patamar, conforme reportado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Mais de 8.500 ataques virtuais foram identificados pelo sistema de monitoramento por inteligência artificial (IA) do COI, direcionados a atletas e membros das delegações participantes do evento.

Em comunicado oficial divulgado no último sábado (17), o COI expressou preocupação com a quantidade de posts ofensivos e ataques dirigidos aos competidores durante o evento esportivo. O órgão ressaltou que esses atos de violência não condizem com os valores do esporte olímpico, observando que os atletas estavam se dedicando ao máximo em suas performances.

O relatório divulgado pelo COI destacou a ocorrência de fake news relacionadas a determinados atletas, como as boxeadoras Imane Khelif, da Argélia, e Lin Yu-Ting, de Taiwan, falsamente apontadas como transexuais na internet. Ambas as competidoras possuem hiperandrogenismo, uma condição comum que afeta indivíduos do sexo feminino em idade reprodutiva.

Além disso, foram registrados ataques de ódio contra outras atletas, como as ginastas Jordan Chiles, dos Estados Unidos, e Ana Barbosu, da Romênia, que tiveram suas medalhas trocadas após uma revisão de notas. A australiana Rachael Gunn, atleta de breakdance, também sofreu ataques nas redes sociais após receber uma pontuação zero durante a competição.

A implementação bem-sucedida de um sistema alimentado por inteligência artificial pelo COI permitiu a identificação dos mais de 8.500 ataques contra os atletas durante os jogos. Monitorar manualmente milhares de menções direcionadas a centenas de atletas de diferentes países e idiomas seria humanamente impossível, justificando a necessidade da IA nesse contexto.

O COI expressou contentamento por ter apoiado a implementação desse sistema para detectar e responder ao abuso online contra os atletas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. No entanto, lamentou a ocorrência dos ataques e afirmou a necessidade de ações futuras para lidar com essa realidade de violência digital.

Como forma de suporte aos atletas olímpicos e paralímpicos de Paris 2024, o COI disponibilizou uma linha de ajuda do programa Mentally Fit, que é gratuita, confidencial e está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana através do link athlete365.org/mentally-fit-helpline.

A repercussão desses ataques virtuais nas Olimpíadas de Paris chama a atenção para a necessidade de maior conscientização e combate à violência digital no âmbito esportivo. A proteção dos atletas contra esse tipo de agressão torna-se cada vez mais relevante, evidenciando a importância da integridade e do respeito nas competições esportivas.

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