Cientistas de todo o mundo estão concentrando seus esforços para decifrar o comportamento do vírus da mpox. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) designou a doença como uma nova emergência global devido à rápida disseminação da variante 1B do vírus, mais contagiosa e que já foi identificada na República Democrática do Congo, além de outros países da África, Ásia e até na Europa.
A transmissão do vírus da mpox é um dos principais aspectos que têm gerado questionamentos entre os especialistas. De acordo com eles, a infecção ocorre de duas maneiras distintas: através do contato direto com a pele infectada ou por meio de objetos e superfícies contaminadas, como roupas, toalhas e outros itens. Neste último caso, o líquido das vesículas que surgem na pele, contendo o vírus, pode se espalhar e infectar outras pessoas através de tecidos e objetos não higienizados.
Em ambas as situações, a transmissão pode começar a partir dos primeiros sintomas e persistir até que as lesões estejam totalmente curadas. No entanto, algumas evidências indicam que pacientes podem transmitir o vírus de 1 a 4 dias antes do aparecimento dos sintomas. Além disso, estudos recentes apontam para a possibilidade de transmissão do vírus por pessoas que não apresentam nenhum sintoma da doença, conhecidas como assintomáticas.
De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, entre 1,3% e 6,5% das pessoas infectadas com a mpox nunca manifestam sintomas, o que apresenta um desafio adicional no controle da propagação do vírus.
A mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, foi renomeada pela OMS no final de 2022. Caracteriza-se como um vírus capaz de provocar lesões na pele do rosto e se disseminar para outras partes do corpo, incluindo a região genital. Além das erupções cutâneas, outros sintomas incluem febre, fadiga e dores no corpo.
Descoberta pela primeira vez no final da década de 1950, a mpox passou por mutações nos últimos três a quatro anos, possibilitando uma maior transmissão entre humanos. Ainda que tenha havido um aumento nas mutações e na transmissão, a maioria das variantes do vírus identificadas entre 2018 e 2022 são consideradas “silenciosas”, pois não afetam nenhuma das proteínas virais essenciais para escapar do sistema imunológico.
A peculiaridade da transmissão da mpox reside na dependência de contato físico próximo e prolongado. Atualmente, não há um tratamento específico para a doença, e a gravidade dos sintomas varia de acordo com a idade e condição de saúde do indivíduo infectado, semelhante a outros vírus, como a Covid-19.
Com a disseminação da variante 1B do vírus da mpox em múltiplos continentes, os esforços científicos e de saúde pública se intensificaram para conter a propagação do vírus e identificar estratégias eficazes de tratamento. A colaboração internacional tem se mostrado fundamental para enfrentar essa nova crise global de saúde e minimizar os impactos da doença.