Uma expedição internacional recente, em busca de mapear o fundo do mar, revelou uma série de descobertas impressionantes. Com o uso de um veículo subaquático operado remotamente (ROV), os pesquisadores conseguiram localizar várias novas espécies em montes marinhos ao largo da costa do Chile.
Durante a expedição do Instituto Schmidt Ocean, 20 novas espécies foram identificadas, incluindo um ouriço-do-mar do gênero Argopatagus. Além disso, a equipe se deparou com criaturas consideradas extremamente raras, como o “bicho espaguete” (Bathyphysa conifera). Um destaque foi o registro em vídeo de uma lula viva do gênero Promachoteuthis, pela primeira vez.
Explorando 10 montes submarinos, com o maior localizado a uma profundidade de 4 quilômetros da superfície, os pesquisadores fizeram importantes descobertas. Um dos ecossistemas encontrados foi descrito como um “jardim de corais intocado”, com uma área de 800 m² habitada por uma diversidade de criaturas marinhas, como peixes, estrelas-do-mar e caranguejos.
Os biólogos enfatizam que as espécies encontradas nas profundezas do mar são significativamente diferentes das encontradas na superfície, devido às condições de pressão e ambiente extremos. O achado do “bicho espaguete”, um tipo de sifonóforo ainda pouco conhecido, chamou a atenção pela peculiaridade de sua aparência e comportamento.
Outra descoberta marcante foi a observação de uma lula do gênero Promachoteuthis em seu habitat natural, algo inédito considerando que a maioria dos espécimes deste grupo anteriormente avistados eram fósseis.
Antes das expedições, a região do Oceano Pacífico abrigava aproximadamente 1.019 espécies conhecidas. Com as novas descobertas, esse número subiu para 1.300 e continua a crescer. O objetivo desses estudos vai além da catalogação dessas espécies, buscando fornecer subsídios para a elaboração de políticas públicas de conservação para esses ambientes submarinos tão ricos e pouco explorados.
As descobertas feitas durante a expedição ilustram a importância de estudos científicos como este para o entendimento da biodiversidade marinha e para a preservação desses ecossistemas únicos e vulneráveis. A colaboração internacional, juntamente com o uso de tecnologia avançada, tem sido essencial para expandir nosso conhecimento sobre as profundezas do oceano e as criaturas fascinantes que lá habitam.