Google recria Doom com IA e jogadores se confundem

Por Redação
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Pesquisadores do Google utilizaram inteligência artificial (IA) para recriar o clássico jogo de tiro em primeira pessoa, Doom. A novidade chama a atenção pela semelhança do gameplay gerado pela IA com o original. Testes realizados mostraram que humanos foram apenas ligeiramente melhores do que o acaso ao tentar diferenciar quais vídeos eram clipes reais do jogo e quais foram gerados pela IA.

No artigo pré-publicado recentemente, os pesquisadores apresentaram o GameNGen, descrito como o primeiro motor de jogos totalmente baseado em IA que permite aos jogadores interagir com o jogo por longos períodos e em alta qualidade. Usando essa engine, os cientistas recriaram Doom a 20 quadros por segundo, mantendo a jogabilidade do shooter, permitindo aos jogadores atacar inimigos, abrir portas e acompanhar seus níveis de munição e saúde.

Os pesquisadores explicaram que a geração de jogos por IA vai além da simples geração de vídeos em alta velocidade. Para alcançar esse feito, foi necessário desenvolver modelos especializados que não se deteriorassem ao enfrentar as exigências de criar um espaço interativo. Essa inovação responde a uma pergunta importante sobre o futuro dos jogos criados por IA: é possível? “Neste trabalho, demonstramos que a resposta é sim”, afirmaram os pesquisadores no artigo.

Embora a Nvidia já tenha demonstrado um ambiente de jogo onde os jogadores podiam interagir com NPCs movidos por IA, nesse caso, os designers humanos criaram o pequeno mundo onde esses NPCs existiam. O trabalho do Google, por outro lado, se concentrou em Doom, rodando em uma resolução de 320 x 240 pixels — equivalente à qualidade de um vídeo do YouTube em 240p. Para treinar o motor do jogo, foram usados 900 milhões de quadros, tarefa que se tornaria ainda mais complexa se fosse aplicada a um dos jogos de última geração, como Horizon Forbidden West.

Os pesquisadores acreditam que seu trabalho prova que, em princípio, é possível criar um RPG sob demanda usando IA. Contudo, isso levanta questões intrigantes, especialmente sobre como os jogos gerados por IA seriam criados inicialmente. Para gerar dados suficientes para replicar Doom, os cientistas precisaram criar bots de IA que gravassem seu próprio gameplay. O uso de um gerador de jogos como o GameNGen exige que os modelos sejam treinados com base em algo. Em outras palavras, para criar um jogo por IA, é necessário ter dados de jogabilidade pré-existentes, o que gera um dilema. Porém, se esse ciclo for quebrado, a tecnologia poderá revolucionar a criação e o desenvolvimento de jogos no futuro.

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