Descoberta de nova espécie de ácaro recebe o nome em homenagem ao Programa BIOTA-FAPESP

Por Redação
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Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) vinculados ao Programa BIOTA-FAPESP têm se dedicado há mais de duas décadas a entender e mapear a biodiversidade de ácaros no Brasil, bem como a identificar potenciais agentes de controle biológico para a agricultura. Durante esse processo, uma nova espécie foi descoberta na Caatinga, nos Estados de Alagoas e da Bahia, e recebeu o nome de Lasioseius biota em homenagem ao programa. A espécie pertence ao gênero Lasioseius, o maior de sua família (Blattisociidae), com mais de 200 espécies descritas, e é conhecida por habitar diversos ecossistemas, incluindo solo e serapilheira, além de se associar a animais e plantas como predadores de insetos e outros artrópodes. A característica única do ácaro Lasioseius biota são suas setas em forma de folhas espalhadas pelo corpo e pernas.

Essa descoberta foi resultado de um projeto liderado pelos pesquisadores Gilberto Moraes e Raphael Castilho, da Esalq-USP, focado na diversidade dos ácaros de solo nos biomas brasileiros visando a identificação de espécies para o controle biológico de pragas. A pesquisa busca ampliar o conhecimento sobre a diversidade de ácaros da ordem Mesostigmata, cuja utilidade para o controle biológico é reconhecida, principalmente em ácaros que habitam a parte aérea das plantas. A importância de estudos como esse vai além da compreensão da biodiversidade, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias sustentáveis de controle de pragas agrícolas.

Além de desempenhar um papel fundamental na preservação da biodiversidade, a descrição de novas espécies de ácaros também é crucial para o desenvolvimento de opções de controle biológico inovadoras. Espécies do gênero Lasioseius, por exemplo, têm sido observadas como predadoras de pragas agrícolas, oferecendo alternativas naturais e sustentáveis para o manejo de pragas. No Brasil, a comercialização de apenas uma espécie para esse fim destaca a importância de explorar a diversidade existente e identificar novas espécies com potencial aplicação. A identificação correta das espécies é essencial para a realização de testes laboratoriais que avaliem o potencial de predação e possíveis aplicações práticas.

A pesquisa que resultou na descoberta da espécie Lasioseius biota e outras 20 espécies novas de ácaros de solo na Caatinga demonstra não apenas a riqueza da biodiversidade nesse ecossistema pouco explorado, mas também o potencial dessas descobertas para o desenvolvimento de estratégias inovadoras de controle de pragas. O estudo desses organismos fundamentais para a saúde dos ecossistemas pode contribuir significativamente para a segurança alimentar, conservação ambiental e sustentabilidade agrícola. O artigo completo pode ser acessado em: link do artigo original.

* Com informações de Érica Speglich, do boletim BIOTA Highlights.

Informações da Agência FAPESP

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