Betelgeuse: possível não ser estrela única

Por Redação
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Betelgeuse, uma estrela brilhante na constelação de Órion, localizada a 650 anos-luz da Terra, pode ter um segredo guardado: a presença de uma estrela companheira semelhante ao Sol. Um estudo recente indica que essa companheira pode explicar as variações regulares no brilho de Betelgeuse.

Essas variações no brilho da estrela são conhecidas pelos astrônomos há anos. Betelgeuse passa por ciclos de escurecimento e clareamento que se repetem a cada 400 dias. Além disso, há uma variação mais lenta, com intervalos de aproximadamente seis anos, chamada de longo período secundário (LSP).

A professora Meridith Joyce, da Universidade de Wyoming, em parceria com Jared Goldberg, do Instituto Flatiron, e László Molnár, do Centro de Pesquisa de Astronomia e Ciências da Terra, investigou essas variações de brilho. O estudo sugeriu que as flutuações de 400 dias são causadas por um processo natural dentro da estrela, envolvendo o aquecimento e resfriamento do gás.

No entanto, a causa do LSP de Betelgeuse permanecia um mistério. Entre as hipóteses consideradas estavam nuvens gigantes de poeira e diferenças na rotação do núcleo e da superfície da estrela. A análise detalhada desses fatores foi fundamental para compreender o comportamento peculiar de Betelgeuse.

O estudo ainda não passou pelo processo de revisão por pares, mas está disponível para consulta no servidor arXiv. Os pesquisadores aguardam por feedbacks e contribuições da comunidade científica para aprimorar as conclusões alcançadas.

Além disso, os cientistas propuseram a existência de uma estrela companheira, apelidada de “Betelbuddy”, que estaria interferindo no brilho de Betelgeuse. Essa estrela seria responsável por dispersar temporariamente as nuvens de poeira ao redor de Betelgeuse, tornando sua luz mais visível da Terra.

Apesar da viabilidade dessa teoria, ainda não há confirmação se Betelgeuse realmente tem uma companheira. A possibilidade de o Betelbuddy ser uma estrela de nêutrons, entretanto, não é sustentada pela ausência de emissões de raios-X. Novas observações estão sendo planejadas para averiguar a existência dessa estrela companheira.

Observar diretamente o Betelbuddy representa um desafio devido às limitações tecnológicas atuais. No entanto, novas oportunidades de observação estão agendadas, e a expectativa é que em breve tenhamos mais informações sobre a possível companheira de Betelgeuse.

Em resumo, o estudo sobre Betelgeuse e sua estrela companheira sugere que ainda há muito a ser descoberto no vasto universo. A investigação dessas variações de brilho pode revelar mais detalhes sobre a vida das estrelas e os mistérios do cosmos. Acompanhar de perto essas pesquisas nos ajuda a expandir nosso conhecimento sobre o universo e a compreender melhor o funcionamento do cosmos.

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