Função do cinturão de Van Allen: o que é?

Por Redação
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Recentemente, com a frequência cada vez maior de missões espaciais para além da órbita da terra, um termo bastante discutido voltou ao centro das atenções: os cinturões de Van Allen. Muitos tratam esses cinturões como obstáculos intransponíveis ou grandes desafios para a exploração do espaço, o que gera diversas teorias e confusões. Mas afinal, o que são os cinturões de Van Allen e qual é a sua real função?

O que é o Cinturão de Van Allen?

Dentre os lugares mais perigosos do universo, talvez a região ao redor de uma estrela seja uma das mais temidas. Tempestades magnéticas, desencadeadas por erupções solares, podem ocasionar sérios danos à atmosfera de um planeta, destruindo seus campos magnéticos protetores. Isso pode levar à perda da capacidade de retenção de calor e água do planeta, elementos essenciais para a manutenção da vida. Além disso, a exposição da superfície do planeta à radiação intensa representa uma ameaça grave à sustentabilidade da vida.

A Terra possui um grande aliado nessa batalha, o seu campo magnético, também conhecido como magnetosfera, gerado pelo movimento do ferro líquido em seu núcleo externo. Esse movimento gera correntes elétricas que, por sua vez, produzem um campo magnético poderoso. Esse campo protege o planeta de partículas carregadas provenientes do Sol. Quando essas partículas encontram a magnetosfera terrestre, são desaceleradas e capturadas em uma região localizada entre 1.000 e 60.000 quilômetros acima da superfície terrestre.

Qual a função do Cinturão de Van Allen?

Essas partículas capturadas pelas regiões conhecidas como Cinturões de Van Allen, descobertas em 1958, desempenham uma função fundamental na proteção do nosso planeta. Os cinturões formam barreiras que impedem a chegada dessas partículas nocivas à superfície terrestre. No entanto, também representam um desafio para as viagens espaciais.

Esses cinturões são compostos por partículas carregadas de alta energia, originadas do vento solar e raios cósmicos. Essa alta carga energética é denominada radiação e pode causar problemas de saúde importantes, como distúrbios neurológicos e câncer. Para mitigar esses riscos, as espaçonaves e missões são projetadas com materiais que oferecem proteção contra essa radiação, como alumínio e plásticos especiais.

Atualmente, com avanços tecnológicos como os observados na missão Polaris Dawn, a proteção contra a radiação tornou-se ainda mais eficaz, possibilitando viagens seguras através das regiões dos cinturões. No entanto, um aspecto fundamental no controle da exposição à radiação é o tempo de permanência em regiões de alta intensidade. Durante as missões Apollo, por exemplo, os astronautas cruzaram rapidamente os Cinturões de Van Allen, minimizando sua exposição à radiação.

Apesar de representarem um desafio para a exploração espacial, os cinturões de Van Allen são extremamente importantes para a vida em nosso planeta. Sem esses cinturões, a Terra seria muito mais vulnerável aos efeitos nocivos da radiação solar e cósmica, o que afetaria não apenas a vida na superfície, mas também as tecnologias e sistemas de comunicação que dependem de um ambiente estável. Portanto, compreender e superar os desafios impostos pelos cinturões de Van Allen é essencial para a continuidade da exploração espacial e a proteção da vida na Terra.

Por Ana Luiza Recuero.

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