O vento solar é um fenômeno misterioso que se origina no Sol e afeta todo o Sistema Solar com sua emissão contínua de partículas carregadas. A Agência Espacial Europeia (ESA) lançou a sonda Solar Orbiter, equipada com o coronógrafo italiano Metis, para investigar a origem desse vento e sua influência.
Um grupo de cientistas internacionais, liderado pelo Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (Inaf), utilizou o instrumento Metis para observar os movimentos turbulentos do vento solar na coroa solar. Esses movimentos foram observados a partir das partes internas da coroa, acompanhando seu deslocamento para o espaço interplanetário.
O coronógrafo Metis bloqueia a luz intensa do Sol, permitindo a visualização da coroa solar, uma região extremamente quente e tênue. Com sua alta resolução temporal e espacial, o instrumento registrou, em outubro de 2022, imagens detalhadas da turbulência na coroa enquanto a sonda Solar Orbiter estava a milhões de quilômetros do Sol. A combinação dessas imagens com dados em ultravioleta extremo proporcionou uma visão precisa do comportamento do vento solar.
A turbulência observada na coroa solar representa uma característica fundamental do vento solar, revelando-se durante seu percurso pelo espaço interplanetário. As observações feitas pelo Metis confirmaram teorias relacionadas aos mecanismos que influenciam a liberação, aquecimento e trajetória do vento solar, proporcionando um entendimento claro desses processos até então desconhecidos.
É importante compreender o comportamento do vento solar para prever os impactos do clima espacial em satélites, sistemas de comunicação e redes de energia na Terra. A missão Solar Orbiter, em especial com o uso do Metis, desempenha um papel fundamental na decodificação desses mistérios e na melhoria da previsão do clima espacial.
No futuro, a Solar Orbiter irá ajustar sua órbita para observar os polos solares pela primeira vez, o que certamente resultará em novas descobertas sobre o vento solar e suas interações. Os resultados dessas observações foram publicados na revista científica “The Astrophysical Journal Letters”, fornecendo ainda mais insights sobre esse fenômeno complexo e essencial para nosso entendimento do universo.