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Cid Moreira, aos 97 anos: trajetória marcante além do JN

O jornalismo brasileiro perdeu uma de suas figuras mais icônicas, Cid Moreira, que faleceu aos 97 anos em Petrópolis, Rio de Janeiro, devido a complicações renais. Natural de Taubaté, São Paulo, Cid teve uma carreira que se estendeu por mais de oito décadas, sendo reconhecido principalmente por seu trabalho como âncora do Jornal Nacional da TV Globo, onde permaneceu por 26 anos.

Apesar de sua marcante presença no telejornalismo, Cid Moreira também deixou sua marca em outros campos de atuação, como na narração de textos bíblicos e no cinema. Após sua saída do Jornal Nacional em 1996, dedicou-se à gravação de álbuns narrando trechos da Bíblia e textos cristãos, como “Quem é Jesus?”, “Momentos do Velho Testamento”, “Oração da Minha Vida” e a regravação do poema “Desiderata”, de Max Ehrmann.

Um de seus projetos mais ambiciosos foi a gravação do Novo Testamento em uma coleção de 11 CDs lançada em 2001. Em uma entrevista ao programa “Conversa com o Bial”, Cid revelou que o projeto ultrapassou as expectativas, vendendo mais de 50 milhões de unidades. Ele destacou o sucesso comercial da empreitada, que inicialmente era vista com ceticismo por seu produtor. Com orgulho, o jornalista afirmou que a Bíblia que ele gravou se tornou amplamente difundida.

Além de seu trabalho na narração de textos religiosos, Cid Moreira também teve incursões no cinema. Em 2005, emprestou sua voz para narrar o filme “2 Filhos de Francisco”, dirigido por Breno Silveira, que conta a trajetória da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano. Mais tarde, em 2023, participou da dublagem da versão brasileira do filme “Tudo por um Furo”, uma comédia que explora a rotina de jornalistas em um canal de notícias.

Curiosamente, Cid Moreira teve sua voz associada à Copa do Mundo de 2010, especificamente à polêmica bola Jabulani. Durante o torneio, o jornalista participou de diversas narrações relacionadas ao controverso artefato esférico, que gerou críticas devido à sua imprevisibilidade em campo.

A morte de Cid Moreira entristece o cenário jornalístico brasileiro, mas seu legado perdurará através de sua marcante voz e de sua ampla contribuição para a comunicação no país. Sua habilidade narrativa e versatilidade em diferentes meios, desde o telejornalismo até a narração de textos religiosos e participação no cinema, são exemplos de uma carreira rica e multifacetada, que certamente deixará saudades entre seus admiradores e colegas. Que a trajetória de Cid Moreira inspire as futuras gerações de jornalistas e comunicadores, mantendo viva a chama da comunicação de qualidade no Brasil.

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