GM desenvolve novo sistema próprio de direção totalmente autônoma

Por Redação
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Sete anos após lançar o Super Cruise, que permite ao motorista dirigir sem as mãos, a General Motors (GM) tenta avançar ainda mais: agora, a montadora estadunidense está trabalhando em um sistema que permite que os proprietários de veículos da GM também possam tirar os olhos da estrada. A informação foi divulgada por um dos principais executivos de software da montadora ao TechCrunch.

O sistema é conhecido pela indústria como Nível 3 (L3) e é diferente dos modelos operados pela Waymo, os L4, que não necessitam de nenhum tipo de intervenção humana. Por sua vez, o sistema L3 depende de intervenção humana, se necessário, e costuma operar em rodovias e em velocidades menores.

Contudo, esse sistema, apelidado de hands-off, eyes-off (“sem mãos, sem olhos”, em tradução livre), deixaria todas as montadoras concorrentes da GM que possuem sistemas autônomos para trás – inclusive a Tesla.

A fabricante de veículos elétricos de Elon Musk possui o já bem conhecido Autopilot. Porém, ele só automatiza parte da direção e exige que o motorista fique de olho no que está acontecendo.

Sendo assim, ele é considerado L2, nível menos avançado que o sistema que a GM busca lançar. O próprio Super Cruise, bem como o Blue Cruise, da Ford, são sistemas equivalentes ao da Tesla.

Nos Estados Unidos, apenas uma montadora oferece um sistema limitado de controle remoto. Trata-se da alemã Mercedes-Benz, com o Drive Pilot.

“O Super Cruise, eu acho, é uma solução L2 líder do setor para mãos livres, olhos atentos. Estamos buscando agressivamente fazer disso uma solução L3, onde você nem precisa mais olhar para a estrada”, informou ao TechCrunch Dave Richardson, vice-presidente sênior de engenharia de software e serviços da GM.

GM Super Cruise: de sistema L2 para sistema L3 inédito

– O Super Cruise combina mapa LiDAR, GPS de alta precisão, câmeras e sensores de radar e sistema de atenção ao motorista, que fica de olho em quem está no volante para mantê-lo de olho na estrada;
– Uma vez ativado no veículo, o sistema acelera ou freia para manter uma distância segura do veículo à frente, esterça o volante para manter a posição na faixa e muda automaticamente de faixa quando encara tráfego lento;
– Ele foi o primeiro sistema Advanced Driver Assistance Systems (Sistema Avançado de Assistência ao Condutor, em tradução livre), ou ADAS, na sigla em inglês, que deixava o usuário ficar com as mãos livres a ser disponibilizado no mercado. Porém, a GM se mostrava uma empresa dominante, pois limitava seu acesso;
– Desde que foi lançado, em 2017, até 2020, o Super Cruise foi disponibilizado apenas no Cadillac CT6, podendo ser acionado umas poucas rodovias;
– Atualmente, ele está em várias marcas da GM, como Chevrolet e GMC;
– Até o fim do ano que vem, a ideia da montadora é liberar o Super Cruise em mais de 1,2 milhão de quilômetros de estradas nos EUA e Canadá, incluindo rodovias rurais e secundárias, responsáveis por ligar cidades e municípios menores.

“Quando temos o L3, acho que isso é significativo… Acho que é uma virada de jogo”, indicou. Mas, para liberar a novidade, é preciso ter certeza de que ele está totalmente desenvolvido. Para o executivo da montadora, lançá-lo antes do tempo pode afastar os clientes.

Recentes contratações da empresa estadunidense apontam para uma intensificação de esforços para desenvolver o sistema. Começando em dezembro, com a chegada de Anantha Kancherla, vice-presidente de ADAS.

Kancherla quer pegar a base do Super Cruise e expandir, ou inovar, para chegar ao L3, segundo Stuart Fowle, porta-voz da montadora. Uma das medidas seria alavancar o sistema atual (via software) e aplicá-lo em outros lugares.

A exemplo, o monitoramento utilizado para garantir que o motorista esteja atento à estrada foi aplicado recentemente para desencorajar a direção distraída mesmo que o Super Cruise não esteja ativado. O recurso é chamado de assistência de direção ao motorista e foi disponibilizado aos veículos da GM há alguns meses.

O vice-presidente de ADAS possui muita história em tecnologia no Vale do Silício, com passagens por Meta, Microsoft e Dropbox. Além disso, ele ficou cinco anos como vice-presidente de engenharia de software na unidade de veículos autônomos da Lyft, posteriormente vendida para a Toyota.

Além de Kancherla, o próprio Richardson faz parte desse leque de contratações da empresa, focado em software e advindo de várias empresas de tecnologia do Vale do Silício. Antes da GM, Assim como Kancherla, Richardson chegou à montadora no ano passado, após 11 anos de Apple.

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