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Como o desempenho em testes físicos pode influenciar o tratamento do câncer de pulmão

Ao estudar um grupo de pacientes com câncer de pulmão metastático, pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos concluíram que o desempenho em testes físicos simples – como sentar, levantar e caminhar – pode auxiliar o médico na avaliação do prognóstico e na definição do tratamento. Além disso, identificaram no plasma sanguíneo dos voluntários duas substâncias – a serina e o M22G – como possíveis biomarcadores para indicar quais pacientes têm mais chances de responder à quimioterapia.

O estudo, divulgado no European Journal of Clinical Investigation, contou com o apoio da FAPESP e envolveu pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e da Harvard Medical School (EUA). A pesquisa teve como objetivo analisar a relação entre a função muscular, aptidão física e sobrevida dos pacientes com câncer de pulmão, especialmente aqueles com tumores de células não pequenas.

Os resultados mostraram que a função muscular é mais relevante do que a quantidade de músculos, sendo a aptidão física um fator determinante na sobrevida dos pacientes. Pacientes com melhor desempenho físico apresentaram maior sobrevida, independentemente de seu estado geral de saúde. Foi observado que a capacidade física interfere na resposta ao tratamento com quimioterapia.

Além disso, a análise do plasma sanguíneo identificou as substâncias serina e M22G como potenciais biomarcadores para prever a resposta ao tratamento. A serina, aminoácido associado ao crescimento celular, e o M22G podem ser indicativos do desempenho do paciente. Futuras pesquisas incluirão o uso de inteligência artificial para analisar dados e identificar biomarcadores que contribuam para melhor compreensão do câncer de pulmão.

O estudo reforça a importância da atividade física durante o tratamento, pois pacientes com melhor função muscular tendem a apresentar melhor sobrevida. A pesquisa também indica que a gordura intramuscular pode ser um indicador relevante de prognóstico. A longo prazo, pretende-se investigar se o exercício físico pode ser um complemento eficaz ao tratamento, melhorando a função muscular e a resposta ao tratamento.

Esses estudos fazem parte do Projeto Temático “Câncer e coração: novos paradigmas de diagnóstico e tratamento”, liderado pelo professor da FM-USP Carlos Eduardo Negrão. Os resultados foram publicados nos artigos “Physical performance and plasma metabolic profile as potential prognostic factors in metastatic lung cancer patients” e “Food Aversion, Systemic Inflammation and Intramuscular Adipose Tissue are Mortality Predictors in Advanced Lung Cancer Patients”.

* Imagem de ibrandify no Freepik.

Informações da Agência FAPESP

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