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Agave: Pesquisadores brasileiros buscam transformar a planta em alternativa à cana-de-açúcar no sertão

As mudanças climáticas estão causando um aumento da região com clima semiárido no Brasil. Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam uma expansão de 7,5 mil quilômetros quadrados ao ano desde 1990 – algo equivalente a cinco vezes a área da cidade de São Paulo. Essa situação pode afetar o cultivo de algumas plantas, como a cana-de-açúcar, utilizada na geração de bioenergia.

Com o objetivo de encontrar soluções para mitigar as alterações do clima, um grupo de pesquisadores brasileiros começou a buscar plantas com potencial para serem usadas na geração de bioenergia e que podem ser cultivadas onde o clima não é favorável à cana-de-açúcar. Assim, eles decidiram se dedicar ao estudo do Agave, um gênero de plantas suculentas utilizado no México para a fabricação da tequila.

O trabalho está sendo realizado com o apoio de projetos da FAPESP no âmbito do projeto Brazilian Agave Development (Brave), uma parceria que envolve várias instituições de ensino e pesquisa. Resultados recentes foram apresentados durante a FAPESP Week Itália.

“No Brasil, a principal espécie cultivada é o Agave sisalana, cujas folhas são usadas na fabricação da fibra do sisal. Porém, é possível gerar bioenergia tanto a partir do suco extraído das folhas, rico em inulina, um tipo de açúcar, quanto a partir do bagaço, rico em celulose. As plantas demandam menos água e fertilizantes, crescem em cinco anos e geram 800 toneladas de biomassa por hectare.”

O grupo está coletando diferentes espécies de agave no Brasil, México e Austrália para compor um banco de germoplasma. Eles estão investigando o fenótipo das plantas, avaliando a composição de açúcares, a taxa de fotossíntese, o crescimento, a necessidade de irrigação e a relação com o solo, entre outros fatores. Com base nessas informações, estão desenvolvendo estratégias para superar os desafios envolvidos na transformação do agave na “cana do sertão”.

Uma das principais dificuldades é a inulina, um polímero de frutose que precisa ser hidrolisado para liberação de açúcares fermentescíveis. O grupo desenvolveu uma cepa geneticamente modificada para esse fim. Também foram desenvolvidas leveduras modificadas para metabolizar a xilose, um dos açúcares presentes no bagaço. Além disso, foi desenvolvida uma planta geneticamente modificada para se tornar tolerante ao glifosato, um dos herbicidas mais usados no mundo.

O objetivo final do projeto é produzir não apenas etanol, mas também biometano, bio-hidrogênio e biochar a partir do agave.

Informações da Agência FAPESP

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