Novas descobertas realizadas por um grupo de pesquisadores demonstram imenso potencial no desenvolvimento de tratamentos para a psoríase, uma doença cutânea incurável e não contagiosa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Os cientistas identificaram evidências sobre a origem da condição, apontando para o papel crucial do hormônio hepcidina.
Segundo o estudo, a hepcidina, responsável pela regulação da quantidade de ferro absorvida pelo corpo humano, estaria ligada à psoríase. Enquanto indivíduos saudáveis produzem esse hormônio no fígado, os pacientes com a doença também apresentam hepcidina na pele. Essa descoberta foi resultado de experimentos feitos com camundongos, os quais foram expostos a níveis elevados de hepcidina e acabaram desenvolvendo psoríase como consequência direta.
O excesso de hepcidina observado nos experimentos levou à produção abundante de ferro na pele, desencadeando uma superprodução de células da epiderme e uma grande quantidade de neutrófilos, ambos associados à doença crônica. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a hepcidina pode ser um alvo promissor para o desenvolvimento de novas terapias contra a psoríase. Esses resultados foram detalhados em um estudo publicado na renomada revista científica Nature Communications.
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Dentre os oito tipos conhecidos de psoríase, a psoríase vulgar é a forma mais frequentemente encontrada e é caracterizada por escamas secas e prateadas que surgem especificamente no couro cabeludo, joelhos e cotovelos. Em contrapartida, a psoríase invertida se apresenta com lesões em áreas de dobras, como joelhos, cotovelos e couro cabeludo. Já a psoríase gutata se manifesta como lesões em formato de gotas no tronco, braços e coxas, próximas aos ombros e quadril, frequentemente associadas a infecções, sendo mais comuns em crianças e adultos jovens.
Outros tipos de psoríase incluem a eritrodérmica, que cobre todo o corpo com placas vermelhas que podem causar intensa coceira e ardor; a artropática, que afeta as articulações dos dedos das mãos e pés, podendo causar rigidez e deformidade; a ungueal, que resulta em depressões e manchas nas unhas; a pustulosa, caracterizada por bolhas com pus nas mãos e pés ou espalhadas pelo corpo; e a palmo-plantar, onde as lesões surgem como fissuras nas palmas das mãos e solas dos pés.
No Brasil, estima-se que a prevalência média da psoríase seja de 1,3%, afetando uma parcela significativa da população. Com as recentes descobertas sobre a relação entre hepcidina e a doença, novas perspectivas surgem para o tratamento e controle da psoríase, oferecendo esperança para os milhões de indivíduos afetados por essa condição debilitante.
O aprofundamento da compreensão dos mecanismos subjacentes à psoríase, juntamente com o avanço das pesquisas no campo da dermatologia, podem representar um marco significativo para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e direcionadas para os pacientes que sofrem com essa doença crônica e debilitante. A continuidade dos estudos e a colaboração entre pesquisadores, médicos e pacientes são essenciais para melhorar o diagnóstico, manejo e qualidade de vida daqueles que lutam contra a psoríase.