Melhorando a transição energética no transporte: Cooperação internacional imprescindível para superar desafios do etanol

Por Redação
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A transição energética no setor de transportes ainda não foi totalmente alcançada. De 2011 a 2021, o segmento renovável no consumo energético global do transporte sobre pneus aumentou de 2,6% para apenas 3,9%. Em um cenário de crise climática, é necessário considerar formas mais eficazes de lidar com a questão urgentemente. O transporte ainda demonstra uma forte dependência do petróleo, conforme apontado pelo pesquisador Luiz Augusto Horta Nogueira durante a 10ª Conferência FAPESP 2024.

Horta Nogueira, ex-diretor da ANP e professor na Unifei, destacou a importância de soluções sustentáveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor de transportes. Com cerca de 1,4 bilhão de veículos circulando pelo mundo, e aproximadamente 100 milhões somente no Brasil, a descarbonização torna-se uma necessidade urgente. O pesquisador defendeu a utilização de soluções híbridas que combinem eletricidade e biocombustíveis, visando um equilíbrio entre eficiência e sustentabilidade.

Dentre as soluções apresentadas por Horta Nogueira, os veículos híbridos foram destacados por serem mais econômicos, produzirem menor impacto ambiental e oferecerem maior autonomia em comparação aos veículos elétricos puros. Os híbridos plug-in, que combinam motor elétrico e motor a combustão, foram apontados como ideais para a redução das emissões de gases de efeito estufa, especialmente quando alimentados por etanol.

Além disso, o pesquisador ressaltou as vantagens do etanol em relação à gasolina, principalmente em motores de ciclo Atkinson, com maior eficiência térmica e desempenho superior. A produção de bioenergia como o etanol também foi destacada por gerar mais empregos e contribuir para o desenvolvimento regional. No entanto, Horta Nogueira alertou para os desafios a serem superados, como a distribuição desigual do etanol e a competição com combustíveis sintéticos em mercados internacionais.

Para o pesquisador, países como o Brasil têm papel fundamental na transição global para biocombustíveis, aproveitando sua experiência com motores flex e tecnologia avançada. A cooperação internacional e políticas públicas que incentivem o uso do etanol são essenciais para enfrentar os desafios e promover a mobilidade sustentável em escala global. O futuro da mobilidade, segundo Horta Nogueira, passa pela hibridação e pelo uso racional de biocombustíveis, como uma resposta eficaz à crise climática.

Informações da Agência FAPESP

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