Uma revisão da literatura sobre bioplásticos, aliada à análise das legislações europeia e brasileira, destaca a falta de padronização global como obstáculo para a adoção de soluções sustentáveis e a propagação do greenwashing – marketing enganoso de produtos ecológicos. O periódico Sustainability publicou um artigo que ressalta a importância das instituições intermediárias, como ABNT, Inmetro e ISO, em estabelecer normas claras nesse mercado.
O estudo, realizado por um grupo interdisciplinar da USP e UFRJ, membros da Rede All4Food, recebeu apoio da FAPESP. Os pesquisadores enfatizam o papel das instituições em definir globalmente os bioplásticos, prevenindo o greenwashing e impulsionando a transição para uma economia circular. A confusão conceitual entre termos como “bioplástico”, “bio-based”, “biodegradável” e “compostável” é abordada, destacando a necessidade de esclarecimento para os consumidores.
Um dos desafios é garantir a compreensão dos impactos ambientais desses materiais e a unificação da linguagem entre especialistas. As soluções tecnológicas devem caminhar ao lado da conscientização pública, visando reduzir o consumo excessivo de plásticos e promover a educação ambiental. A harmonização das definições é essencial para uma comunicação eficaz entre ciência e sociedade e para o desenvolvimento de soluções sustentáveis.
Os pesquisadores enfatizam a necessidade de normas claras estabelecidas por instituições intermediárias, nacional e internacionalmente, para impulsionar inovações sustentáveis. A construção de uma linguagem unificada, desprovida de ambiguidades, é essencial para disseminar conhecimento de forma consistente. A colaboração entre governo, institutos de pesquisa, universidades e empresas é fundamental para enfrentar os desafios ambientais atuais.
O artigo Bioplastics and the Role of Institutions in the Design of Sustainable Post-Consumer Solutions, disponível em www.mdpi.com/2071-1050/16/12/5029, aborda essas questões com enfoque na importância das instituições na transição para uma economia mais sustentável e na redução do greenwashing.
Informações da Agência FAPESP