Um Estudo Apresenta Ligação Entre Gordura Abdominal e Alzheimer
O tema do Alzheimer e suas possíveis causas têm sido alvo de intensas investigações ao longo dos anos. Recentemente, um estudo realizado pela Universidade de Washington trouxe à tona uma nova perspectiva sobre a relação entre o acúmulo de gordura e a doença neurodegenerativa.
Durante a Reunião Anual da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), realizada entre os dias 1 e 5 de dezembro de 2024, foram apresentadas descobertas que sugerem que um tipo específico de gordura localizada na região abdominal pode estar relacionado ao desenvolvimento do Alzheimer. Mas quais são exatamente essas conexões?
Os estudos conduzidos revelaram que a gordura visceral, mais profundamente localizada na barriga, está associada a níveis aumentados de uma proteína chamada amilóide no cérebro. Essa proteína é conhecida por contribuir para os danos neuronais característicos da doença de Alzheimer.
No entanto, medir a quantidade de gordura visceral no corpo não é uma tarefa simples. Apenas por meio de ressonância magnética (RM) é possível identificar essa gordura e sua influência na produção de colesterol e insulina. Os resultados mostraram que pessoas na faixa etária entre 40 e 60 anos, com maior acúmulo de gordura visceral na barriga, apresentaram níveis mais elevados de amilóide em áreas específicas do cérebro.
Um segundo estudo, que envolveu 80 participantes, confirmou essa relação, demonstrando que a quantidade de gordura visceral em comparação com a subcutânea na barriga está ligada ao aumento de amilóide cerebral. Surpreendentemente, 77% dos efeitos do alto índice de massa corporal (IMC) no acúmulo de amilóide no cérebro foram atribuídos a essa relação.
Além disso, os pesquisadores descobriram que os participantes com baixos níveis de colesterol “bom” – também conhecido como lipoproteína de alta densidade (HDL) – apresentaram maiores quantidades de proteína amilóide no cérebro. A produção desse tipo de colesterol é influenciada diretamente pela gordura visceral, o que pode aumentar o risco de desenvolver demência em adultos mais velhos, de acordo com estudos anteriores.
A gordura visceral também foi associada à diminuição dos níveis de insulina, o que pode levar ao encolhimento cerebral e, consequentemente, aumentar o risco de problemas cognitivos no futuro. Por isso, manter um estilo de vida saudável, com atividade física regular e uma dieta equilibrada, torna-se fundamental na prevenção não só do Alzheimer, mas de diversas doenças relacionadas ao envelhecimento do cérebro.
A complexa relação entre a saúde do corpo e do cérebro continua sendo objeto de estudo, e mais pesquisas são necessárias para desvendar completamente os mistérios por trás do Alzheimer. No entanto, uma coisa já está clara: cuidar da saúde física e mental, desde a meia-idade, pode ser um grande passo na prevenção de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.