Riscos maiores à Terra podem estar por vir, fique atento

Por Redação
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Cientistas apontam que a conclusão do máximo solar é seguida pela fase denominada “zona de batalha”, considerada uma etapa do ciclo solar ainda pouco compreendida, porém com potencial impacto mais significativo do que o próprio pico de atividade solar. Esse estágio, segundo os especialistas, pode representar um perigo particular para os satélites em órbita da Terra, cujo número aumentou significativamente desde o último ciclo solar devido aos frequentes lançamentos espaciais, em destaque as operações da megaconstelação Starlink, um serviço de internet da SpaceX.

Durante o máximo solar, ocorre o ápice do número de manchas solares visíveis na superfície do Sol. Nesse período, poderosas explosões, conhecidas como erupções solares, liberam enormes quantidades de energia, enviando partículas carregadas ao espaço. Estas partículas, caso alcancem a Terra, desencadeiam tempestades geomagnéticas, responsáveis por fenômenos como as auroras boreais e austrais.

Quando se encerra o máximo solar, o campo magnético do Sol sofre mudanças, sendo seguido por uma redução na atividade solar até alcançar o chamado “mínimo solar”. Antes de chegar a essa fase, no entanto, há um intermediário conhecido como zona de batalha, que especialistas alertam ser capaz de potencializar a atividade geomagnética na atmosfera superior, resultando em um aumento de até 50% nessa atividade, podendo durar até 2028. Este período promete um grande potencial para poderosas tempestades geomagnéticas nos próximos anos.

Durante a zona de batalha observa-se uma disputa entre as bandas magnéticas do ciclo Hale, um ciclo solar de 22 anos. Essas bandas, que se deslocam dos polos em direção ao equador solar ao longo do tempo, têm um impacto direto na atividade das manchas solares e na atividade solar. Quando duas bandas do ciclo Hale competem em cada hemisfério solar, a atividade solar pode se intensificar, gerando mais erupções solares e buracos coronais.

Os buracos coronais são regiões na corona solar onde o campo magnético é mais fraco, permitindo a liberação de vento solar. Durante a zona de batalha, o aumento desses buracos pode intensificar o impacto das tempestades solares, representando uma preocupação para a infraestrutura espacial. O lançamento de partículas carregadas pelo Sol pode interferir no funcionamento dos satélites em órbita e de outras tecnologias que dependem da órbita baixa da Terra, como sistemas de navegação e comunicação.

O número crescente de satélites em órbita terrestre, atualmente ultrapassando os 10 mil, torna a infraestrutura espacial ainda mais vulnerável a tempestades solares. Projeto de constelações como o Starlink aumentam a probabilidade de impactos, exigindo maior monitoramento e proteção tecnológica para prevenir problemas de comunicação e interrupções nos serviços. Enquanto as operadoras enfrentam esses desafios inéditos, a intensificação da atividade geomagnética na zona de batalha pode proporcionar oportunidades únicas para observadores de auroras.

Nesse cenário desafiador, a pesquisa e inovação constante são essenciais para lidar com os impactos potencialmente danosos das tempestades solares e do vento solar, criando um ambiente espacial mais hostil que requer monitoramento e tecnologias avançadas para manter a segurança e funcionalidade dos equipamentos em órbita.

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