As mudanças de uso do solo realizadas pela atividade agrícola são algumas das maiores responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa na atmosfera. Plantas e solo estocam carbono, e um solo desequilibrado em nutrientes pode gerar mais emissões. Nos últimos anos, a agricultura ganhou destaque como uma solução para mitigar as mudanças climáticas, com a introdução do conceito de climate-smart agriculture (“agricultura inteligente em termos climáticos”).
De acordo com Sylvie Brouder, diretora do Center for Global Food Security da Purdue University, nos Estados Unidos, a agricultura sempre teve ligação com o clima. O termo climate-smart agriculture, que também é conhecido como agricultura de baixo carbono, surgiu com o objetivo de destacar a importância das ciências agronômicas na mitigação e adaptação climática, visando obter financiamento para pesquisas.
A agricultura desempenha um papel fundamental no ciclo de nitrogênio do solo. O excesso de nitrogênio pode resultar na emissão de gases como o óxido nitroso, potente causador do efeito estufa. A aplicação excessiva de nutrientes no solo, motivada pelo medo de baixa produtividade, pode acarretar em custos extras com fertilizantes e impactos ambientais, como a poluição dos recursos hídricos e aumento das emissões de gases de efeito estufa.
A região conhecida como Cinturão do Milho nos Estados Unidos é uma das grandes emissoras de óxido nitroso devido ao uso excessivo de fertilizantes. A Revolução Verde, que impulsionou a produtividade agrícola no pós-guerra, introduziu práticas como o uso de fertilizantes químicos. No entanto, o aumento da produtividade não beneficiou igualmente todos os agricultores, e atualmente enfrentamos desafios adicionais relacionados às mudanças climáticas, como a disponibilidade de água e as alterações nos padrões de chuva e temperatura.
Informações da Agência FAPESP