Além de resguardar a vida na Terra para as próximas gerações, conter a crescente perda de biodiversidade e dos serviços prestados por ela pode ser lucrativo. Os mais recentes sumários para tomadores de decisão da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês) apontam para a geração de 295 milhões de empregos e oportunidades de mais de US$ 10 trilhões em negócios até 2030 em atividades sustentáveis ou centradas na natureza. Os prejuízos causados pela falta de ação seriam superiores ao dobro desse valor.
Os documentos lançados após a realização da 11ª Plenária do IPBES em Windhoek, Namíbia, destacam a necessidade de uma reconexão das pessoas com a natureza. Cerca de 75% da população mundial que vive em cidades precisam mudar hábitos para conter a destruição da biodiversidade no planeta e suas consequências, como a perda de polinização e outros serviços prestados pela natureza.
Os sumários são resultado de dois diagnósticos construídos a partir da primeira avaliação global do estado da natureza, publicado pelo IPBES em 2019. O primeiro relatório aborda as mudanças transformadoras necessárias e aponta para seis conjuntos de intervenções que podem ser realizadas de forma complementar para que as transformações ocorram. Já o segundo relatório, chamado de Nexo, destaca a interligação entre biodiversidade, água, alimento e saúde.
As abordagens de governança integrada são apontadas como essenciais para responder aos desafios relacionados à biodiversidade, água, alimento, saúde e mudanças climáticas. Atualmente, as ações existentes, que partem de perspectivas setoriais, resultam em uma governança desalinhada, redundante e falham em causar mudanças positivas. A mudança de modelo econômico, atualmente baseado na exploração predatória de recursos naturais, é vista como fundamental nos relatórios do IPBES, trazendo não apenas a perspectiva da recuperação de serviços ecossistêmicos, mas também oportunidades para um desenvolvimento econômico mais justo para todos.
Informações da Agência FAPESP
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