Startups do PIPE-FAPESP buscam aumentar internacionalização com apoio da FAPESP

Por Redação

Na última semana de novembro, a agenda de quatro pesquisadores fundadores de startups de base científica e tecnológica (deep techs) apoiadas pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP foi reservada para visitas a hubs de inovação tecnológica, aceleradoras, além de potenciais parceiros e investidores na capital espanhola. Eles participaram de uma missão empresarial durante a FAPESP Week Spain, que terminou ontem (28/11) na Universidade Complutense de Madri.

“A participação no evento dessas quatro startups financiadas pela FAPESP representa uma oportunidade para mostrar que não só a ciência, mas também a inovação é muito importante. Gostaríamos de discutir com as agências de fomento daqui a oportunidade de aumentarmos a colaboração também nesse tema”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.

Para os representantes das startups, a missão empresarial representou uma oportunidade de ampliar seus planos de internacionalização e ingressar em novos mercados.

O fundador da Onkos Diagnósticos Moleculares, Marcos Tadeu dos Santos, por exemplo, aproveitou a viagem para estabelecer contatos com hospitais, clínicas e laboratórios espanhóis interessados em utilizar um teste molecular para diagnóstico e prognóstico de tumores de tireoide que já é comercializado em mais de 30 países.

Apesar de a European Thyroid Association (ETA) indicar o uso de testes moleculares para fechar o diagnóstico de nódulos de tireoide classificados como indeterminados, como o desenvolvido pela Onkos, essa solução ainda não está disponível no continente europeu. Há apenas uma empresa, localizada na Alemanha, que desenvolveu uma tecnologia também voltada para essa finalidade, mas que, ao contrário da healthtech brasileira, não tem estudos de validação do método publicados e o teste requer uma nova biópsia em casos indeterminados – o que a metodologia desenvolvida pela Onkos dispensa, afirmou Santos.

Já o engenheiro eletricista Samarone Ruas, diretor da Techplus Automação, visitou empresas espanholas interessadas em parcerias para comercialização de um sistema de monitoramento on-line, baseado na combinação de sensores sem fio e inteligência artificial para monitorar máquinas continuamente e evitar paradas não programadas.

O engenheiro de materiais Luis Henrique Guilherme, gerente de engenharia da ACW, em contrapartida, pretende não só estabelecer parcerias, como também abrir uma filial da empresa na Espanha para ampliar a comercialização do aparelho de inspeção que aumenta a vida útil de superfícies de aço inox usadas em indústrias – desenvolvido com apoio do PIPE-FAPESP.

Já o diretor-executivo e cofundador da Kidopi, Mario Adolfi, considera a Espanha como potencial mercado para expandir a comercialização do assistente virtual, disponível no WhatsApp, que fornece informações e orientações para pacientes após a alta hospitalar desenvolvido por sua empresa, por se tratar da quarta maior economia da Europa e oferecer estabilidade para investimentos estratégicos.

A Espanha está fortemente engajada em estimular a geração de empresas de base científica e tecnológica por meio do apoio ao investimento de capital de risco, sublinharam os representantes de agências de fomento do país em um painel sobre financiamento da pesquisa, inovação e colaboração entre universidades e empresas. Em março deste ano, durante a visita do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, ao Brasil, a FAPESP e a instituição assinaram um memorando de entendimento em que se comprometeram a promover o desenvolvimento de projetos de pesquisa de interesse comum, no âmbito de um programa bilateral de cooperação tecnológica, chamado em princípio de “Programa de Inovação FAPESP-CDTI”.

Mais informações sobre a FAPESP Week Spain em: www.fapesp.br/week/2024/spain.

Informações da Agência FAPESP

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