Pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), em geral, não toleram fazer exercícios físicos devido ao cansaço, à falta de ar constante e à fraqueza muscular associados à condição. No entanto, o exercício regular é fundamental para a reabilitação pulmonar desses pacientes. Um estudo brasileiro coordenado pela professora Fernanda Degobbi Lopes e apoiado pela FAPESP destaca os benefícios do exercício físico na resposta imune das pessoas com DPOC grave, mostrando diminuição dos fatores inflamatórios, maior ganho de massa muscular, diminuição da dispneia e melhora da qualidade de vida dessas pessoas.
O trabalho foi realizado durante o pós-doutorado de Juliana Tiyaki Ito-Uchoa no Laboratório de Terapêutica Experimental do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com resultados publicados na revista Pulmonology. Estudos anteriores do grupo demonstraram uma falha na resposta imune em indivíduos fumantes que desenvolvem a DPOC, com um desequilíbrio nas células de defesa Th17 e Treg, contribuindo para a progressão da doença.
O estudo atual avaliou 20 pessoas com DPOC grave em um programa de treinamento de exercícios físicos e mostrou que o grupo de exercícios apresentou um aumento nas células Treg “ativadas” e uma redução nas células Th17, além de melhora na força muscular e diminuição da dispneia. Os resultados indicam que o treinamento físico inibe a resposta Th17 e promove o aumento de células Treg com atividade anti-inflamatória, mesmo em estágios avançados da doença.
A atividade física é essencial para a reabilitação pulmonar e a melhora da resposta imune em pacientes com DPOC. Além disso, os benefícios do exercício podem ser estendidos para qualquer pessoa com a doença, melhorando a aptidão física, a força muscular e diminuindo a inflamação. A DPOC é uma doença crônica do pulmão causada principalmente pelo tabagismo e é uma das principais causas de morte e incapacidade física no mundo. No Brasil, a doença afeta uma parcela significativa da população adulta, sendo a quinta causa de morte entre as doenças crônicas não transmissíveis.
Informações da Agência FAPESP
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