A Organização das Nações Unidas (ONU) é mais uma entidade a se pronunciar sobre a decisão da Meta de encerrar seu programa de verificação de fatos. O Alto Comissário do órgão para os direitos humanos, Volker Türk, afirmou que regulamentar o discurso de ódio na internet “não é censura”.
Türk destacou que permitir discursos de ódio e conteúdos prejudiciais na internet acarreta consequências no mundo real. Ele fez um apelo à responsabilidade e governança no espaço digital, em conformidade com os direitos humanos. A ONU não está sozinha nesse posicionamento, diversas organizações têm se manifestado contra as ações da Meta.
Pensando no futuro, a ONU pode deixar as redes sociais se não houver um controle efetivo sobre o discurso de ódio e conteúdos prejudiciais. Michele Zaccheo, oficial de comunicações da ONU em Genebra, afirmou que as Nações Unidas monitoram e avaliam constantemente as plataformas online, como o antigo Twitter (chamado de X) e a Meta.
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Ela ressaltou a importância de a ONU continuar presente nas redes sociais, apresentando informações embasadas em evidências. Já a porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Harris, enfatizou que as redes sociais desempenham um papel crucial ao fornecer informações científicas sobre saúde.
Margaret Harris frisou que é fundamental estar presente em todas as plataformas, na medida do possível, para garantir que as pessoas tenham acesso a informações confiáveis sobre saúde. A presença das organizações internacionais nas redes sociais é essencial para combater a desinformação e promover a disseminação de conhecimento legítimo.
O anúncio das mudanças na moderação do conteúdo da Meta foi feito por Mark Zuckerberg, fundador da empresa. Em sua declaração, Zuckerberg criticou os verificadores de fatos, alegando que eram tendenciosos politicamente e minavam a confiança dos usuários. Ele também mencionou os “tribunais secretos da América Latina” que, segundo ele, ordenam a remoção silenciosa de conteúdos nas redes sociais.
Entretanto, Zuckerberg não apresentou provas concretas para apoiar suas afirmações. Com o fim da verificação por terceiros, ele reconheceu que menos conteúdos negativos serão identificados, mas também admitiu que haverá queda na quantidade de posts e contas de usuários inocentes removidos acidentalmente.
Diante desse cenário, a decisão da Meta de encerrar seu programa de verificação de fatos tem gerado repercussão e preocupação entre organizações internacionais, como a ONU e a OMS. A necessidade de regular o discurso de ódio e promover conteúdos seguros na internet é fundamental para preservar os direitos humanos e evitar danos no mundo real.
Por isso, é essencial que as empresas de tecnologia repensem suas políticas e práticas em relação à moderação de conteúdo online. A transparência, responsabilidade e compromisso com os direitos fundamentais dos usuários devem ser prioridades na elaboração de diretrizes para as redes sociais.
Cabe às organizações internacionais, juntamente com a sociedade civil e os governos, colaborarem para criar um ambiente digital mais seguro, inclusivo e respeitoso. Somente com uma ação conjunta e consciente será possível combater a desinformação e promover um ambiente online saudável e benéfico para todos os usuários. A responsabilidade é de todos nós.
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