O lipedema é uma doença crônica inflamatória vascular, caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura em algumas regiões do corpo, como pernas, braços, joelhos e coxas. Apesar de ser frequentemente confundida com obesidade, existem diferenças significativas entre as duas condições, principalmente devido à aparência desproporcional em relação ao restante do corpo.
Essa condição afeta principalmente mulheres e foi oficialmente reconhecida como parte da Classificação Internacional de Doenças (CID) somente em 2022. A divulgação do lipedema ganhou destaque na mídia quando a modelo e influenciadora Yasmin Brunet compartilhou sua jornada de tratamento, revelando a perda de 15kg durante o processo.
Segundo o professor Edwaldo Edner Joviliano, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e chefe da Divisão de Cirurgia Vascular e Endovascular do Hospital das Clínicas da USP, o lipedema afeta quase exclusivamente as mulheres devido à influência dos hormônios femininos. Desse modo, momentos de desequilíbrio hormonal, como menopausa, gravidez e uso de anticoncepcionais, podem desencadear a condição, que tem origem no sistema endócrino.
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Além dos fatores hormonais, a genética também desempenha um papel importante na manifestação do lipedema. Estudos realizados por pesquisadores e médicos especialistas indicam que cerca de 11% da população feminina pode sofrer com a doença, no entanto, muitas mulheres podem não estar cientes de que têm o problema devido à confusão com outras condições de saúde.
Embora as causas exatas do lipedema ainda não sejam totalmente compreendidas, é sabido que fatores genéticos e hormonais desempenham um papel fundamental em seu desenvolvimento. A alimentação também pode influenciar na evolução da doença, sendo importante considerar a predisposição genética para identificar seu risco.
Os sintomas mais comuns do lipedema incluem edemas, formação de hematomas frequentes, cansaço, desconforto estético e dores nas áreas afetadas. A condição pode se manifestar em diferentes fases da vida, com sintomas que variam e se intensificam ao longo do tempo, especialmente durante momentos de mudanças hormonais.
Medidas preventivas podem ajudar a controlar o agravamento do lipedema, como manter um peso adequado, praticar atividades físicas regulares e adotar uma dieta equilibrada. Reduzir o consumo de bebidas açucaradas, alimentos ricos em açúcares e gorduras trans, entre outros, também é fundamental para o controle da condição.
Em resumo, o lipedema é uma doença complexa que requer acompanhamento médico constante e um plano de cuidados específico ao longo da vida. Compreender suas causas e sintomas é essencial para gerenciar a condição e minimizar seus impactos na saúde e qualidade de vida das pessoas afetadas. Consulte sempre um especialista para obter orientações personalizadas e adequadas ao seu caso particular.