Pesquisadores brasileiros desenvolveram um teste imunoenzimático do tipo ELISA para identificação de pessoas previamente expostas aos sorotipos do vírus da dengue e ao vírus zika. O estudo foi conduzido no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) em parceria com cientistas da Faculdade de Medicina (FM-USP) e da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) e os resultados foram publicados no Journal of Medical Virology.
A dengue é a arbovirose mais disseminada globalmente, com quatro sorotipos de vírus diferentes. O teste desenvolvido visa melhorar a precisão do diagnóstico sorológico, utilizando fragmentos de proteínas dos vírus, em particular a proteína do envelope viral (EDIII).
Durante o estudo, o teste foi validado com amostras de sangue de camundongos infectados experimentalmente e posteriormente com amostras de soro sanguíneo de pessoas em São Paulo. Os resultados demonstraram sensibilidade de 87,8% e especificidade de 91,4%.
O teste também foi aplicado em amostras de soro de pessoas saudáveis em Barreiras, Bahia, mostrando capacidade de monitorar anticorpos específicos gerados após exposição aos vírus da dengue e zika. A pesquisa permite avaliar a imunidade sorológica em populações e indivíduos, sendo uma ferramenta valiosa para saúde pública em áreas endêmicas.
O estudo recebeu apoio da FAPESP, Capes, CNPq e INCTV e o artigo completo pode ser acessado em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jmv.70100.
Em um cenário de ressurgimento da dengue, o teste desenvolvido possibilitará identificar indivíduos sem imunidade, permitindo a implementação de medidas de prevenção direcionadas. Além disso, ele pode ser utilizado para avaliar o status imunológico de pessoas previamente expostas aos vírus e imunizadas com vacinas contra a dengue. Essa pesquisa representa um avanço significativo no monitoramento da imunidade contra a dengue e zika, podendo contribuir para futuras estratégias de controle.
Informações da Agência FAPESP