Um medicamento inovador usado para tratar câncer em cães e humanos está mostrando resultados promissores no combate ao HIV. O composto EBC-46, também conhecido como tiglato de tigilanol e recentemente aprovado pela FDA, pode desempenhar um papel fundamental na erradicação do vírus, de acordo com um estudo realizado por cientistas da Universidade de Stanford e publicado na revista Science Advances.
Este avanço representa uma nova abordagem no tratamento do HIV. Atualmente, a terapia antirretroviral (TARV) consegue suprimir o vírus a níveis indetectáveis e intransmissíveis. No entanto, se o tratamento for interrompido, o vírus pode voltar a se manifestar. O que o EBC-46 propõe é reativar células infectadas adormecidas, possibilitando a erradicação completa do HIV por meio da imunoterapia.
Os resultados dos testes laboratoriais com diferentes variações do EBC-46 são animadores. Algumas destas variações conseguiram reativar até 90% das células adormecidas infectadas pelo vírus. Em testes realizados em camundongos, uma das versões do medicamento conseguiu eliminar 40% do HIV presente no organismo dos roedores.
“Os análogos do EBC-46 se mostraram agentes excepcionais de reversão da latência, representando um passo significativo em direção à erradicação do HIV”, afirmou Paul Wender, autor sênior do estudo. Mais testes em animais estão sendo conduzidos antes que a pesquisa possa avançar para testes em humanos. No entanto, a aprovação do medicamento pela FDA é um indicativo positivo do potencial desta nova abordagem no combate ao vírus.
O caminho para a utilização do EBC-46 como tratamento para o HIV ainda é longo, mas os resultados obtidos até o momento são promissores. “Embora ainda tenhamos muito trabalho a fazer antes que os tratamentos baseados em EBC-46 possam chegar à clínica, este estudo marca um progresso sem precedentes em direção à meta ainda não realizada de erradicar o HIV”, destacou Wender.
Esta descoberta pode representar uma revolução no tratamento do HIV, oferecendo uma nova perspectiva para milhões de pessoas em todo o mundo que convivem com o vírus. A combinação do EBC-46 com a imunoterapia pode trazer esperança para a busca pela cura definitiva da doença.
Em resumo, o composto EBC-46, inicialmente desenvolvido para o tratamento do câncer em humanos e animais, mostrou-se promissor no combate ao HIV. Com resultados positivos em testes laboratoriais e em camundongos, a possibilidade de erradicar o vírus de forma permanente se aproxima. A continuidade das pesquisas e dos estudos é fundamental para transformar essa promessa em realidade e proporcionar uma nova era no tratamento do HIV.