Avanço nos EUA: Vacinas contra salmonella e norovírus.

Por Redação
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Cientistas da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, divulgaram resultados promissores de uma pesquisa que pode resultar em uma nova vacina contra a Salmonella. O imunizante em questão visa proteger contra cepas não tifoides, para as quais atualmente não existe vacina disponível. Diferentemente da febre tifoide, que já possui sua própria vacina, as cepas não tifoides da Salmonella representam um desafio na área da saúde pública.

Anualmente, os Estados Unidos registram aproximadamente 1,35 milhões de infecções pela bactéria Salmonella, resultando em 26.500 hospitalizações e 420 mortes decorrentes de complicações graves, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país (CDC). As infecções por Salmonella são frequentemente associadas ao consumo de alimentos ou água contaminados, contato com animais infectados ou suas fezes, e podem ocasionar sintomas como diarreia grave e até mesmo artrite pós-infecção.

Um estudo publicado na revista científica Infection and Immunity apresenta um novo método para a criação da vacina. Os pesquisadores utilizaram bactérias Salmonella de um ambiente local específico, as águas residuais de Gainesville, na Flórida, em vez de utilizar bactérias derivadas de laboratório. A aplicação do imunizante é realizada através do nariz, utilizando pequenas vesículas extracelulares, conhecidas como sEVs. Estas partículas são criadas por células para transportar proteínas bacterianas, estimulando uma resposta imunológica duradoura e reduzindo os riscos de complicações.

Os resultados obtidos demonstraram a eficácia da vacina na criação de anticorpos contra a Salmonella. Além disso, a nova vacina pode ser uma solução para cepas resistentes a antibióticos, as quais representam um risco significativo para grupos vulneráveis, como crianças menores de 5 anos, adultos com mais de 65 anos e pessoas imunocomprometidas. A notícia traz esperança para o controle e prevenção das infecções por Salmonella, assim como para a redução da resistência bacteriana.

Enquanto isso, o laboratório Moderna está avançando no desenvolvimento de uma nova vacina contra o norovírus, denominada mRNA-1403. O norovírus, vírus altamente contagioso, também é transmitido por meio de água e alimentos contaminados, e recentemente causou um surto na Baixada Santista, no litoral de São Paulo. O estudo em andamento recrutou 25.000 adultos e concentrou-se em três genótipos específicos do vírus, conforme informações do site New Atlas.

A tecnologia utilizada na vacina contra o norovírus é semelhante à empregada no imunizante mRNA da COVID-19 também desenvolvido pela Moderna. A estratégia consiste em treinar o sistema imunológico para reconhecer e combater o agente patogênico de forma mais eficiente, permitindo uma recuperação mais rápida e eficaz. A previsão é de que a fase 3 dos testes clínicos seja concluída ainda este ano, representando um avanço significativo na luta contra esse vírus que causa tantos transtornos e mortes.

Em um cenário onde as doenças transmitidas por alimentos e vírus resistente a medicamentos representam desafios constantes para a saúde global, o desenvolvimento de novas vacinas é fundamental para proteger a população e reduzir o impacto dessas enfermidades. A pesquisa e inovação na área de imunização são cruciais para garantir um futuro mais saudável e seguro para todos.

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