Estudos alertam que meta do Acordo de Paris pode ficar só no papel

Por Redação
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Cada mês quebra o recorde de calor do mês anterior. Isso vem acontecendo nos últimos 18 meses, evidenciando um aquecimento constante no planeta Terra. Dois estudos recentes, publicados na revista Nature Climate Change nesta segunda-feira (10), alertam que o mundo está perigosamente próximo de ultrapassar as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris.

O Acordo de Paris, firmado em 2015, estabeleceu o compromisso de manter o aquecimento global abaixo dos 2°C em relação a era pré-industrial, com a aspiração de limitar este aumento a 1,5°C. No entanto, os estudos demonstram que esses objetivos podem não ser alcançados na prática.

Em 2024, pela primeira vez, a média de aquecimento superou os 1,5°C, sinalizando um cenário preocupante. O renomado cientista climático James Hansen também alertou, em um artigo, que o aumento da temperatura global pode ultrapassar os 2°C nas próximas décadas.

Atingir essas marcas tem graves implicações. Um aquecimento acima de 1,5°C pode resultar em extremo calor, dificultando a adaptação a eventos climáticos extremos, como secas, inundações e incêndios. Já um aquecimento acima de 2°C colocaria milhões de vidas em risco e aumentaria significativamente a ameaça de derretimento das calotas polares e a morte de recifes de corais.

Os cientistas responsáveis pelos estudos investigaram o quão perto o mundo está de quebrar o Acordo de Paris, analisando se já entramos em um período prolongado de aquecimento de 1,5°C. O estudo realizado por Alex Cannon apontou que, ao longo de 12 meses consecutivos, a temperatura média global se manteve 1,5°C acima do habitual, sugerindo que o limite do Acordo de Paris já pode ter sido ultrapassado.

Da mesma forma, o artigo liderado por Emanuele Bevacqua utilizou dados climáticos reais e modelagem climática para analisar as tendências de aquecimento históricas. Os resultados indicam que, se essas tendências persistirem, é quase certo que o ano de 2024 se encaixará dentro do primeiro período de 20 anos de aquecimento de 1,5°C.

Ambos os estudos ressaltam a urgência de ações climáticas rápidas e robustas para reduzir a probabilidade de violar as metas do Acordo de Paris no futuro. Ainda há uma janela de oportunidade para reverter esse quadro e evitar os piores cenários previstos.

No entanto, alguns especialistas já consideram a batalha perdida. James Hansen, por exemplo, declarou que a meta de 1,5°C está praticamente inalcançável. O desafio, agora, é não desanimar diante dessa realidade e manter o compromisso com a luta contra as mudanças climáticas. O futuro do planeta está em jogo, e é preciso agir com determinação para preservá-lo.

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