Um vídeo chocante chamou a atenção das redes sociais esta semana ao mostrar um incidente inusitado ocorrido na Patagônia chilena. Uma baleia-jubarte abocanhou temporariamente um homem, Adrián Simancas, enquanto ele navegava com seu pai, Dell, no Estreito de Magalhães no último sábado (8).
O momento foi registrado por Dell, que orientava calmamente o filho a manter a calma enquanto a baleia o envolvia por alguns segundos antes de liberá-lo ileso. Adrián, em entrevista à agência Associated Press, confessou ter ficado apavorado ao ser engolido. O susto o fez temer pela própria vida, pensando que seria devorado pelo enorme mamífero marinho.
Apesar do terror momentâneo, o verdadeiro medo surgiu após o incidente, quando os dois navegadores contemplaram os riscos envolvidos. O Estreito de Magalhães, conhecido por suas águas gélidas, é um destino popular para turistas em busca de aventura. Porém, as temperaturas na região variam entre 4°C e 20°C, tornando a hipotermia uma preocupação constante para quem se aventura em suas águas agitadas.
Embora a cena tenha sido assustadora, vale ressaltar que as baleias-jubarte não possuem humanos em sua dieta habitual. De acordo com Milton Marcondes, veterinário e pesquisador do Instituto Baleia Jubarte, acidentes como o do Estreito de Magalhães são raros. Essas majestosas criaturas marinhas geralmente se alimentam de peixes e crustáceos de pequeno porte devido à garganta estreita.
As baleias-jubarte possuem barbatanas filtradoras feitas de queratina em vez de dentes, permitindo que captures sua alimentação de forma eficiente. O comportamento de salto desses animais pode resultar em colisões com embarcações, porém, raramente são vistos atacando presas grandes, como seres humanos. A ausência de ecolocalização também pode ter contribuído para o incidente entre Adrián e a baleia no Estreito de Magalhães.
Apesar do mito das orcas como “baleias-assassinas”, especialistas confirmam que não há registros de ataques a humanos na natureza. No entanto, os perigos ainda existem, como no caso de Tilikum, a orca do SeaWorld envolvida em incidentes fatais com treinadores em cativeiro. O real perigo em torno das baleias-jubarte reside na defesa agressiva com suas poderosas caudas, especialmente quando se sentem ameaçadas, como mostram estudos do Instituto Baleia Jubarte.
Em relação ao ocorrido na Patagônia chilena, é crucial entender a relevância de manter seguro tanto os humanos quanto os animais marinhos em seu habitat natural. A proximidade excessiva e a invasão de território podem resultar em situações perigosas para ambas as partes, como evidenciado pelo incidente com Adrián Simancas e a baleia-jubarte. Respeitar a vida selvagem e manter uma distância segura é fundamental para garantir a segurança de todos os envolvidos.