Decapitação e crânios pregados: prática espanhola e razões

Por Redação
3 Min

Na Catalunha, região espanhola, foi descoberto um número significativo de crânios decapitados pregados em paredes, revelando uma prática comum durante a Idade do Ferro, conforme aponta um estudo recente. A pesquisa também identificou uma classificação dos crânios baseada em suas localizações e nos motivos para essa prática.

Segundo o IFLScience, os casos de decapitação parecem ter sido frequentes durante o século VI a.C., evidenciados pela quantidade de crânios encontrados na Catalunha. Além disso, pesquisas mostraram a existência de assentamentos fortificados da mesma época, alguns deles com esqueletos acompanhados por armas e ferimentos não cicatrizados, sugerindo uma possível origem fatal em confrontos.

Uma análise isotópica realizada em sete crânios, sendo quatro deles encontrados em Puig Castellar, em Barcelona, e três no sítio de Ullastret, em Girona, revelou que essas amostras passaram por processos de conservação como o uso de óleo de cedro e outros produtos químicos. Isso indica a presença de pessoas com conhecimento específico sobre a técnica, sugerindo que a prática era realizada com certa frequência.

Os crânios encontrados foram categorizados de acordo com a sua localização e propósito. Aqueles pregados nas paredes das casas eram interpretados como inimigos ou indivíduos sujeitos a punições, enquanto os encontrados em fossos de armazenamento eram vistos como oferendas. Já os crânios localizados em espaços domésticos representavam os inimigos mais importantes.

A análise isotópica também indicou que alguns crânios eram troféus de guerra, como os encontrados em Puig Castellar, que eram exibidos em áreas de grande visibilidade, como o portão de entrada do assentamento. Em contrapartida, crânios em Ullastret, de origem local ou estrangeira, representavam disputas de poder entre grupos familiares ou facções.

O estudo mostrou que a seleção dos indivíduos para decapitação não era aleatória. Em Puig Castellar, a prática era usada para demonstrar poder e intimidar inimigos, enquanto em Ullastret, a localização dos crânios evidenciava a importância e veneração dos habitantes locais.

A prática de decapitação e exposição dos crânios em paredes na Catalunha durante a Idade do Ferro revela um aspecto violento e territorial característico da época. A pesquisa arqueológica acerca desses achados proporciona um entendimento mais profundo sobre as práticas culturais e sociais desse período histórico, lançando luz sobre as dinâmicas de poder e conflito existentes na região.

TAGGED:
Compartilhe Isso