Estudo aponta que infecções nas gengivas podem causar Alzheimer

Por Redação
3 Min

Pesquisadores descobriram recentemente que a bactéria Porphyromonas gingivalis pode estar presente nos cérebros de pacientes falecidos com Alzheimer. Essa revelação suscita a possibilidade de que a doença não seja apenas um processo degenerativo, mas sim uma infecção.

O estudo em questão, publicado na revista Science Advances, revelou a presença da bactéria responsável pela periodontite crônica nos cérebros de indivíduos diagnosticados com Alzheimer. A Porphyromonas gingivalis é conhecida por causar doenças nas gengivas, e sua colonização no cérebro de pacientes com Alzheimer está associada a um aumento na produção da proteína beta-amiloide, comumente encontrada no cérebro de pessoas com Alzheimer.

Apesar da natureza promissora dessas descobertas, os cientistas enfatizam que ainda não é possível afirmar que a bactéria seja a causa definitiva da doença. No entanto, as evidências apontam para uma nova perspectiva na compreensão do Alzheimer, levando a investigações mais aprofundadas.

Outro dado interessante revelado pelo estudo foram as enzimas tóxicas chamadas gingipaínas, secretadas pela Porphyromonas gingivalis, encontradas nos cérebros dos pacientes. Essas enzimas estão associadas a dois marcadores do Alzheimer, a proteína tau e a ubiquitina. A presença dessas enzimas em pacientes sem o diagnóstico da doença sugere que a infecção cerebral pela bactéria não é uma consequência da higiene oral inadequada após o desenvolvimento do Alzheimer.

Além disso, os pesquisadores testaram um composto chamado COR388 em ratos, que demonstrou reduzir a carga bacteriana da infecção cerebral causada pela Porphyromonas gingivalis, ao mesmo tempo em que diminuiu a produção de beta-amiloide e a neuroinflamação. Esses resultados promissores abrem caminho para futuras pesquisas sobre a possível relação entre a bactéria da boca e o Alzheimer.

Os cientistas afirmam que mais estudos são necessários para confirmar essa hipótese e entender melhor o papel da Porphyromonas gingivalis no desenvolvimento e progressão do Alzheimer. A complexidade da doença exige uma abordagem meticulosa e multidisciplinar para elucidar os mecanismos envolvidos e, eventualmente, encontrar formas mais eficazes de prevenção e tratamento.

Em resumo, a descoberta da presença da bactéria Porphyromonas gingivalis nos cérebros de pacientes com Alzheimer representa um avanço significativo na compreensão da doença. Essa revelação inspira novas investigações e abre caminho para possíveis estratégias de intervenção que possam modificar o curso da doença. A interação entre a microbiota oral e o sistema nervoso central é uma área promissora para futuras descobertas científicas e avanços na luta contra o Alzheimer.

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