Estudo Revela Conexões entre Inflamação Persistente e Sintomas Neuropsiquiátricos em Pacientes de COVID-19
Um estudo brasileiro avaliou pacientes com COVID-19 em quadros moderados ou graves e revelou conexões significativas entre inflamação persistente e desfechos neuropsiquiátricos de longo prazo, como sintomas de ansiedade, depressão e dificuldades cognitivas. Os resultados foram publicados na revista Brain, Behavior, and Immunity.
Impacto de Citocinas e Quimiocinas
A pesquisa explorou o impacto de citocinas e quimiocinas — proteínas que regulam a resposta imunológica do corpo — nos sintomas neuropsiquiátricos em pacientes recuperados. O estudo acompanhou 108 participantes por um período de dois anos após a alta hospitalar.
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Os pesquisadores identificaram que níveis elevados de eotaxina, um marcador inflamatório associado à neurodegeneração, estavam vinculados a sintomas depressivos. Além disso, o índice pró-inflamatório, que combina todos os marcadores inflamatórios analisados no sangue, foi fundamental para a análise estatística, ajudando a entender como esses fatores afetam o estado psiquiátrico e cognitivo dos pacientes.
Associação do VEGF com Sintomas de Ansiedade
Foi avaliado também o fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), que demonstrou uma relação com a ansiedade, destacando-se como um marcador relevante em modelos analíticos. O VEGF é uma proteína que estimula a formação de vasos sanguíneos nos tecidos, contribuindo para a saúde vascular.
Significado dos Achados
Os achados do estudo enfatizam a complexidade das interações inflamatórias e sugerem que esses biomarcadores podem ser úteis como ferramentas de diagnóstico e prognóstico para a síndrome de COVID longa. Couto, que liderou a pesquisa como aluno de iniciação científica no Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), apoiado pela FAPESP, mencionou: “Os achados destacam a complexidade dessas interações”.
Metodologia Avançada
O estudo utilizou análises estatísticas avançadas, incluindo modelos aditivos generalizados e análises de rede psicológica, reforçando o papel da inflamação na persistência dos sintomas neuropsiquiátricos pós-COVID. Esses resultados contribuem para um melhor entendimento dessa condição debilitante e abrem caminho para futuras investigações com amostras maiores e grupos-controle para comparação.
Leitura Adicional
O artigo intitulado "A Two-Year cohort study examining the impact of cytokines and chemokines on cognitive and psychiatric outcomes in Long-COVID-19 patients" pode ser acessado em: ScienceDirect.
Com informações do CISM.
Informações da Agência FAPESP