Descoberta em Marte indica possibilidade de vida no planeta

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Descoberta Marcante: Rover Perseverance Revela Minerais Inesperados em Marte

Em uma recente avanços das missões espaciais, o rover Perseverance, da NASA, fez uma descoberta que pode alterar a nossa compreensão sobre o Planeta Vermelho. Ao analisar a superfície de Marte, o robô revelousedois minerais surpreendentes na cratera Jezero. Essa descoberta potencializa novas hipóteses sobre as condições climáticas do planeta no passado. Ao empregar laser, o Perseverance identificou altos níveis de alumínio associados à caulinita, um mineral que na Terra se forma em ambientes quentes e úmidos.

A descoberta foi liderada pelo cientista Roger Wiens, da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos. O estudo foi publicado na revista Communications Earth & Environment. A presença da caulinita sugere que Marte pode ter sido muito mais quente e úmido do que se supunha até agora. Essas condições poderiam ser essenciais para o desenvolvimento de vida, como conhecemos.

Na análise de Wiens, foi destacado que “na Terra, esses minerais aparecem em localidades com chuvas intensas e temperaturas elevadas ou em regiões de atividade hidrotermal, como fontes termais.” Essa informação indica que as rochas analisadas pelo Perseverance podem ter estado submersas em água por um período prolongado, um fato surpreendente para um planeta denominado frio e seco.

Representação artística do rover Perseverance na cratera Jezero. Crédito: Merlin74 – Shutterstock

Wiens tem uma vasta experiência com rovers marcianos e contribuiu para o desenvolvimento da SuperCam. Esse instrumento, fixado no topo do Perseverance, realizou as análises das rochas. A SuperCam foi criada em colaboração entre cientistas dos Estados Unidos e da França. O equipamento combina diferentes técnicas para estudar a composição química da superfície do planeta.

Rochas “Flutuantes” de Marte Foram Examinadas a Laser

As primeiras amostras dessas rochas despertaram o interesse dos cientistas logo após o pouso do Perseverance. Contudo, as análises detalhadas foram realizadas posteriormente. Formações isoladas elevaram os questionamentos dos investigadores, já que essas pedras pareciam não ter nenhuma conexão visível com o leito rochoso inferior. Esse fenômeno gerou a classificação dessas rochas como “flutuantes”, o que implica que puderam ter sido deslocadas por processos geológicos ou impactos anteriores.

Enquanto a SuperCam disparava seu laser, os pesquisadores se depararam com o inédito. Wiens declarou que “essas formações são muito diferentes de tudo o que já encontramos”. Para ele, as características diferenciadas das rochas representam um enigmatecnológico que ainda necessita ser decifrado.

Imagens coloridas SuperCam RMI mostrando vários tipos de texturas dos minerais encontrados em Marte. Crédito: Royer, C., Bedford, C.C., Johnson, J.R. et al.

Após intensas análises, os cientistas identificaram mais de quatro mil rochas espalhadas pela cratera Jezero. Além da caulinita, foram encontradas formações de espinélio de alumínio. Esse mineral possui ligação tanto com condições vulcânicas quanto metamórficas. Agora, os pesquisadores debatem a origem do espinélio: teria se originado da caulinita ou coexistido em algum processo geológico ainda desconhecido?

Minerais Encontrados Podem Confirmar Água Líquida no Passado do Planeta

O indício da presença desses minerais parece reforçar a teoria de que Marte já teve água líquida por um tempo substancial. Wiens comenta: “As grandes perguntas sobre Marte giram em torno da água. Quanto tempo ela esteve presente? Para onde foi? Pode ser que parte dela ainda esteja retida na estrutura dos minerais.”

Detecção de rochas flutuantes em tons claros e transversais do rover. Crédito: Royer, C., Bedford, C.C., Johnson, J.R. et al.

Decisivamente, observações orbitais identificaram depósitos de caulinita na margem da cratera Jezero. O Perseverance, ao estudar a região, busca a origem no espaço dessas rochas. A coautora do estudo, Candice Bedford, afirma: “Estudar essas amostras in loco nos ajuda a entender melhor o ambiente marciano do passado e sua possível habitabilidade.”

Essas descobertas são imprescindíveis e poderão guiar missões futuras que visam buscar sinais de vida extraterrestre. O vínculo entre a água e a formação de determinados minerais pode oferecer pistas relevantes sobre a evolução de Marte e, indiretamente, sobre a origem da vida na Terra. O que foi contado pela análise do rover da NASA pode ser um passo vital para responder à pergunta ardente: Marte já abrigou vida?

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