Como o Apoio a Biotérios Melhorará a Qualidade e Biossegurança em Pesquisas no Estado de São Paulo

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Uma chamada de propostas da FAPESP, lançada em dezembro, está mobilizando a comunidade científica de São Paulo. A Fundação destinará até R$ 200 milhões para melhorar a infraestrutura de biotérios de pequenos animais e reforçar a biossegurança nas instalações de pesquisa no estado.

### Financiamento para Biotérios e Biossegurança

Serão disponibilizadas cinco linhas de financiamento:

1. Infraestrutura de biotérios
2. Biossegurança das instalações de biotérios
3. Adequação aos princípios dos 3Rs (redução, refinamento e substituição)
4. Reproduções assistidas para biotérios de produção
5. Biossegurança para laboratórios e casas de vegetação

Esta iniciativa visa adequar os biotérios paulistas às novas normas do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), proporcionando um avanço na qualidade das pesquisas. “Com mais biotérios atendendo a altos padrões de biossegurança, conseguiremos produzir animais livres de patógenos específicos, além de reduzir o uso de modelos experimentais”, afirma Marcio de Castro, diretor científico da FAPESP.

### Importância dos Biotérios na Pesquisa

Pequenos animais, como ratos e camundongos, são essenciais em pesquisas biomédicas que investigam doenças e a eficácia de fármacos e vacinas. Os biotérios, onde esses animais são gerados e mantidos, seguem rigorosos padrões de bem-estar e biossegurança, garantindo que os resultados das pesquisas sejam precisos e confiáveis.

Essa chamada é especialmente relevante, pois biotérios em todo o Brasil devem ser licenciados pelo Concea, que regula o bem-estar animal e a segurança das instalações. Luisa Maria Gomes de Macedo Braga, coordenadora do Concea, destaca que geralmente há um investimento reduzido em biotérios, uma vez que o foco costuma ser em publicações científicas e patentes, apesar de os biotérios serem fundamentais para a realização das pesquisas.

### Diretrizes de Licenciamento e Impacto na Pesquisa

Nos próximos meses, o Concea publicará uma resolução normativa com diretrizes para as instituições que possuem biotérios, estabelecendo um prazo de seis meses para adequação às novas normas. Braga enfatiza a necessidade dos biotérios na produção de conhecimento científico de excelência, especialmente nas áreas de biomedicina e ciências agrárias, além de contribuir para o bem-estar animal e a reprodutibilidade dos estudos.

“Iniciativas como essa promovem não apenas o fortalecimento da infraestrutura de pesquisa, mas também a adesão aos princípios dos 3Rs e o cumprimento das normas nacionais e internacionais para o uso ético de animais”, afirma Braga.

Priorizando o apoio aos biotérios, a FAPESP reafirma seu compromisso com a excelência científica e a ética na pesquisa, servindo como exemplo para outras instituições.

### Oportunidades de Melhoria da Infraestrutura

“O Estado de São Paulo possui um número significativo de biotérios, com alguns em níveis de excelência e outros que precisam de melhorias. O objetivo é que grupos de pesquisa se unam para propor projetos que aprimorem esse cenário, tornando a ciência paulista uma referência no Brasil”, destaca Sergio Costa Oliveira, coordenador-geral de Programas Estratégicos e Infraestrutura da FAPESP.

As propostas devem ter um caráter multiusuário, envolvendo ao menos cinco projetos de pesquisa. Embora os proponentes tenham que ser pesquisadores de projetos já apoiados pela FAPESP, essa iniciativa promete beneficiar a comunidade científica do estado como um todo.

“Ao estabelecer um biotério de produção que forneça animais de qualidade, não apenas universidades e institutos de pesquisa se beneficiarão, mas também empresas”, ressalta Silva.

### Como Participar da Chamada

As propostas devem ser enviadas exclusivamente pelo Sistema de Apoio à Gestão (SAGe) até o dia 30 de abril.

Para mais informações, acesse a chamada completa em: fapesp.br/17311.

Informações da Agência FAPESP

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