Descubra a nova minissérie da Netflix que está em alta

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Na última quinta-feira, 13, a Netflix lançou a minissérie “Adolescência”, que rapidamente se destacou ao assumir a liderança entre as produções mais assistidas da plataforma. Composta por quatro episódios, essa obra camerística foi gravada em explêndido plano-sequência. A narrativa aborda a discussão profunda acerca da responsabilidade de um crime cometido pelo adolescente Jamie Miller, que tem apenas 13 anos. As complexidades emocionais desta situação são acentuadas pela investigação que ocorre ao redor do caso, questionando até onde os pais conhecem a vida de seus filhos.

Os primeiros momentos da minissérie apresentam uma cena impactante em que a polícia invade a casa da família Miller. Eles buscam por Jamie, que é suspeito de ter esfaqueado uma colega de classe, chamada Katie Leonard. A investigação é conduzida pelos detetives Luke Bascombe e Misha Frank, que exploram diferentes camadas dessa história emaranhada. A vantagem desta abordagem narrativa é que ela permite ouvir a perspectiva de vários personagens, incluindo familiares e policiais, enquanto o público descobre novas informações acompanhando a evolução do caso.

“Adolescência” levanta questões inquietantes. A minissérie provoca reflexões, tais como: Jamie é realmente culpado? O que pode ter motivado suas ações? O que poderia ter sido feito para evitar essa tragédia? Com o andar da investigação, Jamie começa a se abrir com a psicóloga designada para todo esse atropelo emocional, a Dra. Briony Ariston. É ali que surgem revelações relevantes, que culminam em um desafio moral para os espectadores, ligando passado e presente em um soco no estômago ao abordar as relações familiares.

O elenco é recheado de talentos como Owen Cooper, que encarna a insegurança e os anseios do jovem Jamie. Stephen Graham se destaca na pele de Eddie Miller, pai do garoto, enquanto Christine Tremarco interpreta a mãe Amanda. Surpreendendo a todos está a jovem Amelie Pease, que desempenha o papel da irmã, Lisa Miller. Estas atuações trazem à vida as dores e as esperanças de uma família dilacerada por um crime inexplicável.

Na área policial, Ashley Waters atua como Luke Bascombe, complementando a dura realidade da investigação. Já a detetive Misha Frank, interpretada por Faye Marsay, e a psicóloga Briony, vivida por Erin Doherty, ajudam a entrelaçar dramas que permeiam a história central, apresentando seu potencial para emocionar e trazer reflexões.

Os responsáveis por essa ousada minissérie são Jack Thorne, creditado como roteirista, e o diretor Philip Barantini. Este se destacou anteriormente em “O Chef”, e novamente, implementou uma técnica inovadora: a gravação em take único, ou plano-sequência. Esse método cria uma atmosfera ímpar e leva o espectador a se sentir como parte da narrativa. Importante ressaltar que, segundo as palavras dos realizadores, este é um “plano-sequência verdadeiro”, onde nenhuma cena foi montada para simular essa técnica.

Desde o seu lançamento, “Adolescência” vem sendo arrebatada por críticas positivas. O filme conta com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, além de impressionantes 95% de aprovação entre os usuários. No Metacritic, a média se aproxima do estrelado número 92, sendo considerado um “Must Watch”. O público também se manifestou no IMDb, concedendo uma nota de 8,8, acumulada por mais de 1.800 avaliações; uma conquista notável para uma produção recém-lançada.

Por intermédio da minissérie, são abstratas questões sociais que emergem. A narrativa se inspira em eventos de crimes reais envolvendo jovens, explorando a crescente influência das figuras problemáticas propulsoras de comportamentos violentos na internet. Graham, um dos criadores, revelou que as inspirações vieram de inúmeras reportagens sobre jovens que praticaram crimes terríveis, incluindo esfaqueamentos. Ele expressou seu choque e preocupação com os fenômenos de “fúria masculina” que infiltraram a sociedade contemporânea.

“Adolescência” permite que o público não só sinta, mas questione a própria realidade. Por meio de uma estética visual envolvente e um elenco talentoso, a série delineia a tensões familiares e sociais, revelando a necessidade deletéria de conexão, confiança e compreensão. Assim, a minissérie destaca-se como um convite à reflexão e à discussão, além de conquistar um lugar especial naš telas contemporâneas. Com “Adolescência”, a Netflix realiza mais uma vez o seu propósito de entreter, enquanto provoca uma análise crítica extremamente necessária nos tempos atuais.

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