Polêmica sobre os voos turísticos da Blue Origin

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Missão histórica no espaço: equipe feminina da Blue Origin desafia normas e levanta questionamentos

Uma nova missão espacial tem gerado grandes repercussões, tanto positivas quanto negativas. A operação está marcada para ser comandada pela atriz e jornalista Lauren Sánchez, atual companheira de Jeff Bezos, fundador da Blue Origin. Juntamente com uma equipe de notáveis mulheres, a missão pretende colher experiências, além de incitar reflexões sobre os desafios contemporâneos. A tripulação entusiasta inclui Katy Perry como atração musical, além de Aisha Bowe, engenheira aeroespacial e CEO da STEMBoard, Kerianne Flynn, produtora de cinema, Gayle King, apresentadora do famoso programa CBS Mornings, e Amanda Nguyen, cientista especializada em bioastronáutica e defensor dos direitos humanos.

O foguete New Shepard será o meio de transporte da equipe, proporcionando uma jornada de apenas 11 minutos, dos quais cerca de quatro serão gastos em microgravidade. Durante esse curto período, as tripulantes terão a oportunidade de flutuar e vislumbrar a Terra de uma altitude superior a 100 km. Esse instante é conhecido por provocar o chamado “efeito de visão geral”, uma transformação na percepção que muitos astronautas relatam ter experienciado ao ver nosso planeta a partir do espaço.

Controvérsias e críticas ao turismo espacial

Entretanto, apesar do simbolismo representado por esta missão, a nova iniciativa da Blue Origin foi alvo de críticas contundentes. Em uma aparição no programa TODAY with Jenna & Friends, transmitido pelo canal NBC, a atriz Olivia Munn levantou questões relevantes acerca da utilidade e dos custos exorbitantes destas viagens, especialmente considerando as dificuldades econômicas que afligem milhões ao redor do mundo. Munn trouxe a debate o contraste entre a experiência de viajar ao espaço e a realidade de pessoas que enfrentam até mesmo necessidades básicas, afirmando que talvez não fosse apropriado “lançar celebridades ao espaço” enquanto tantas lutam para sobreviver.

Ela também manifestou suas preocupações em relação ao impacto ambiental, criticando o uso de combustíveis para experiências tão curtas. Segundo Munn, o turismo espacial parece mais uma exibição de luxo do que uma contribuição prática para o progresso científico ou social. O processo é despido de propósito, carecendo de relevância diante das demandas urgentes do nosso planeta.

Embora a Blue Origin já tenha enviado outras celebridades ao espaço, como William Shatner, popularmente conhecido como o Capitão Kirk da série Star Trek, as dúvidas continuam a surgir. Contribuições do turismo espacial ainda precisam ser mais tangíveis, segundo os críticos.

Os altos custos do turismo espacial

Rumores em torno dos preços das passagens ao espaço indicam que participar dessas experiências não é viável para a maioria da população. Embora a Blue Origin não revele oficialmente o valor do assento, estimativas apontam que a participação custe entre US$250 mil e US$300 mil (o que equivale a mais de R$1,5 milhão). Por sua vez, a empresa concorrente Virgin Galactic, que atualmente reavalia seu programa de turismo espacial, disponibiliza assentos por preços em torno de US$600 mil (aproximadamente R$3,5 milhões). Essa relutância em democratizar experiências espaciais reforça a ideia de que ações como essas permanecem acessíveis apenas a uma pequena elite.

Alternativamente, a cientista Amanda Nguyen planeja realizar experimentos durante o voo em colaboração com o Centro Espacial Nacional Vietnamita, além de Untersuchungen focadas na saúde da mulher. Com esse projeto, a missão possui também um objetivo inspirador de motivar as futuras gerações a perenizarem seus interesses nas ciências.

Entretanto, o debate sobre o alinhado do turismo espacial de luxo com a ética, as questões ambientais e os aspectos sociais permanece vivo. Muitas vozes criticam a disparidade entre os recursos investidos para permitir que uma minoria alcance as estrelas, enquanto na Terra, urgentemente, milhões continuam lidando com lutas cotidianas. Em um mundo cada vez mais desigual afirma-se claramente: “É válido investir tanto tempo e recursos para que apenas um pequeno número de pessoas vivencie essa experiência por pouquíssimos minutos?” É inegável que novos protocolos éticos precisam guiar os avanços da exploração espacial.

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