Viagem de volta ao mundo: é viável ir de avião?

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Fazer uma viagem ao redor do mundo envolve muito mais do que simplesmente escolher um destino e embarcar. É uma ideia poderosa, repleta de sonhos. O romance clássico “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, escrito por Júlio Verne em 1873, eternizou esse desejo de explorar o inexorável. O autor transformou a fantasia em uma emocionante aventura literária, explorando os limites do tempo e do espaço, mesmo considerando as dificuldades dos meios de transporte da época. Naquele tempo, os aviões eram apenas protótipos, e as opções para uma jornada global eram limitadas.

Hoje, com os avanços tecnológicos e conexões aéreas robustas, surge a questão: será possível dar a volta ao mundo viajando apenas de avião? Neste artigo, exploraremos essa hipótese, examinaremos as opções disponíveis e explicaremos como funcionam as passagens específicas para esse tipo de aventura.

O que é uma volta ao mundo?

A volta ao mundo é um desafio que envolve um trajeto contínuo por diversos continentes, partindo de um ponto inicial e retornando ao mesmo após uma rota global. A prática recomenda que o viajante siga em uma única direção, seja leste ou oeste, sem retornar sobre o próprio caminho.

Embora os aviões sejam os meios de transporte mais rápidos, outras modalidades comumente utilizadas incluem:

Cruzeiros marítimos, que oferecem experiências rica com várias paradas em todo o mundo.
Viagens por trem ou ônibus, uma opção popular entre mochileiros.
Combinação de transportes, eficaz em roteiros personalizados ou expedições mais aventureiras.

É possível fazer uma viagem de volta ao mundo por avião?

Sim, um itinerário de volta ao mundo pode ser realizado exclusivamente por avião, especialmente por meio de um tipo de passagem conhecido como Round the World Ticket (RTW). Essas passagens facilitam viagens por vários continentes, com paradas predefinidas.

Como funciona a passagem de volta ao mundo?

As passagens RTW são disponibilizadas por grandes alianças aéreas, como:

Star Alliance
Oneworld
SkyTeam

Essas alianças permitem ao viajante:

– Realizar de 3 a 15 paradas diferentes.
– Manter a rota em uma única direção (leste ou oeste).
– Ter flexibilidade nas datas e adaptar as rotas.
– Planejar o trajeto completo antes de iniciar a viagem.

Quanto custa?

Os preços das passagens de volta ao mundo variam com base na rota, nos trechos e na classe escolhida. Em média, os valores podem ser:

Classe econômica: entre USD 3.500 e USD 6.000 (aproximadamente R$ 19.705 a R$ 33.780).
Classe executiva: pode superar USD 15.000 (cerca de R$ 84.450).

Sites como Skyscanner, Google Flights e Kayak são valiosos para elaborar uma parte da rota. Porém, os bilhetes RTW geralmente precisam ser adquiridos através das alianças ou de agências especializadas.

É possível usar milhas?

Sim, emitir uma volta ao mundo com milhas é factível para aqueles que têm um número considerável acumulado em programas de fidelidade relacionados a alianças aéreas. Cada programa estabelece suas regras, número de paradas e disponibilidade.

Rutan Voyager: a primeira volta ao mundo sem paradas

Em 1986, a aviação mundial assistiu a uma das maiores façanhas: o Rutan Voyager, concebido por Burt Rutan, tornou-se o primeiro avião a circunavegar o planeta sem escalas ou reabastecimento. Os pilotos Dick Rutan e Jeana Yeager encararam situações extremas ao longo de 9 dias, 3 minutos e 44 segundos de voo.

Construído com materiais como fibra de vidro e Kevlar, o Voyager pesava apenas 426 kg vazio. Seu peso aumentava para 4.397 kg quando cheio, devido aos tanques de combustível expansivos. Com um design otimizado, o avião utilizava dois motores e possuía largas asas para maximizar a eficiência durante o voo, alcançando velocidade média de 187 km/h.

Após percorrer mais de 42 mil quilômetros, o Voyager pousou com apenas 48 kg de combustível restante, ou menos de 2% da carga inicial. Essa significativa conquista reafirmou que a aviação vai além de simples deslocamentos; ela reflete o espírito inovador humano.

Portanto, a pergunta inicial continua relevante: com tanta tecnologia, dar a volta ao mundo é uma aventura ao alcance de todos? A resposta, fortalecida pelas histórias de coragem e inovação, reforça a capacidade humana de explorar — e conquistar — o desconhecido. A viagem ao redor do mundo, muito mais do que uma simples jornada, representa um verdadeiro teste das fronteiras do espírito humano.

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