Efeitos da música eletrônica no cérebro

Por Redação
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Música Eletrônica e Cérebro: Como Esse Estudo da Universidade de Barcelona Revela o Poder da Batida

Ao som de ‘Endless Horizons‘de Dhamika, ‘Mind Expander‘ da Audiomatic, e ‘Audioslave’ de Vertex, os 19 participantes de 18 e 22 anos fizeram parte da pesquisa de Raquel Aparicio Terrés, da Universidade de Barcelona. O estudo que repercutiu no New Scientist, revelou a relação da música eletrônica com o cérebro humano.

Deste modo, a pesquisadora espanhola observou como esse tipo de música pode nos tirar do nosso estado mental habitual, provocando mudanças significativas na maneira como pensamos. Mas afinal, que mudanças são essas? São positivas ou negativas? Confira a seguir.

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Musicistas durante o experimento (Imagem: Universidade de Drexel/Reprodução)

Antes de mais nada, saiba que não é nenhuma novidade que a música tem o poder de causar efeitos positivos em nossa mente. A Universidade McGill, no Canadá, por exemplo, descobriu que estímulos emocionais geradas por ouvir música, como os arrepios por exemplo, podem aliviar a dor.

Um relatório de 2020 feito pelo Conselho Global de Saúde Cerebral (GCBH, na sigla em inglês) revelou que as melodias são responsáveis por causar efeitos positivos à saúde do nosso cérebro. No entanto, vamos combinar que quando vemos notícias como essa, o que vem a nossa mente são músicas com ritmos mais serenos e com toques mais tranquilos.

A Influência da Música Eletrônica na Atividade Cerebral

O estudo aconteceu com a participação de 19 pessoas, com idades entre 18 e 22 anos. Esses jovens foram submetidos a ouvir seis trechos de música eletrônica com 1 minuto de duração em diferentes andamentos com 99 bpm (batidas por minuto), 135 bpm e 171 bpm. Para tal análise todos ficaram com eletrodos fixados na cabeça.

A partir daí os pesquisadores mediram a atividade elétrica de seus cérebros para avaliar o arrastamento neural dos participantes ao som do “tuts e tuts”. Ao final, foi verificado que em todos os andamentos diferentes, ocorreu sincronização da música com a atividade cerebral, mas essa atividade registrou mais força em 1,65 Hz (99 bpm).

Ou seja, quando a atividade cerebral dos indivíduos sincronizava com os ritmos que eles estavam ouvindo, em 1,65 hertz, eles experimentaram mais essa sensação de “unidade”. Além disso, os pesquisadores avaliaram que quanto mais discrepante a sincronia era, maior também era a diferença na velocidade de reação deles.

Portanto, segundo essa pesquisa, a música eletrônica tem o poder de mudar o nível de consciência do nosso cérebro, como observado pela própria líder do estudo em Barcelona, Raquel Aparicio Terrés:

“As variações de resposta nesta tarefa podem fornecer insights sobre o foco atencional e a prontidão para resposta motora, que podem ser influenciados por um estado alterado de consciência”, declarou a pesquisadora à New Scientist.

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