Brasil bate recorde com 1,8 milhão de casos em 2024

Por Redação
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Brasil enfrenta recorde de casos de dengue em 2024

Recentemente, o Brasil atingiu um marco preocupante no combate à dengue. De acordo com os dados mais recentes do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, o país registrou um recorde de casos da doença desde o início da contagem da série histórica, em 2000. Os números apontam para a assustadora marca de 1,8 milhão de casos (prováveis e confirmados) nas primeiras 11 semanas de 2024, o que representa uma taxa nunca antes vista.

Detalhes alarmantes:

  • O Brasil já contabiliza 1.889.206 casos de dengue em 2024, o maior número desde o início da série histórica;
  • O recorde anterior pertencia a 2015, com 1.688.688 casos, e o terceiro ano com mais registros era 2023, com 1.658.816 casos, o que significa que, em apenas três meses deste ano, o Brasil ultrapassou o total de casos de dengue registrados no ano passado;
  • No mesmo período de 2023, o Brasil tinha apenas 400.197 casos, evidenciando um aumento significativo;
  • Até o momento, foram confirmadas 561 mortes por dengue desde janeiro, com outras 1.020 em investigação, contra 257 óbitos no mesmo período de 2023.

Alerta em São Paulo:

Não é só no âmbito nacional que a situação preocupa. Em São Paulo, os dados oficiais da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde indicam que a cidade paulista está prestes a alcançar o índice epidêmico de dengue, segundo a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS). A capital já registra 295 casos para cada 100 mil habitantes, uma taxa próxima do limite epidêmico estipulado pela OMS, de 300 casos por 100 mil habitantes.

Impacto das ondas de calor na propagação da dengue

Um estudo realizado pelo pesquisador Christovam Barcellos, do Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), revelou que as constantes ondas de calor, decorrentes das mudanças climáticas e da urbanização incompleta, têm contribuído significativamente para o aumento da prevalência da dengue no Brasil.

Esse aumento também está associado à degradação ambiental, com destaque para o Cerrado, que enfrenta problemas como desmatamento, queimadas e conversão de florestas em pastagens. Nessas áreas, surgem as chamadas ilhas de calor, regiões suburbanas com precárias condições de saneamento, o que dificulta o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A pesquisa completa sobre o tema pode ser acessada para mais informações.

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